Aprovada a adesão da Universidade Federal do Paraná (UFPR) ao Programa de Apoio a Planos de Reeestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), na terça-feira, ficou ultrapassada a justificativa dos estudantes para a invasão do prédio central da reitoria da instituição, em Curitiba, ocorrida há duas semanas. Para dar fim ao impasse, ontem, uma portaria determinou a criação de uma comissão de negociação.
''Diria que seria uma comissão de conversa para tentar uma desocupação passiva. Eles precisam apresentar argumentos que reconheça a manifestação deles como um movimento político e evitar qualquer tipo de punição mais grave'', explicou o coordenador da comissão, o professor Mauro Lacerda, também diretor do setor de Tecnologia da UFPR.
Lacerda lembrou que os invadores não fazem parte do Diretório Central dos Estudantes, que é a representação legal dos acadêmicos. ''Se não houver esse reconhecimento de um movimento político independente, eles podem sofrer uma ação civil por terem ocupado um patrimônio público, cujas leis que regem estão acima da própria universidade. Essa é a nossa principal preocupação. Buscamos um final feliz para esse conflito'', disse o coordenador, acrescentando que a ocupação também sofre pressão por prejudicar o andamento dos trabalhos da instituição.
O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, informou que ontem foi comprado alimentos para o Restaurante Universitário, que voltou a funcionar. Isso porque os estudantes permitiram a entrada no prédio da reitoria, na sexta-feira passada, para que fosse feito o empenho.
Além disso, o pagamento dos servidores não atrasou porque a universidade montou uma Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças paralela para encaminhar os novos processos.
A Comissão de Imprensa da Ocupação informou que uma assembléia decidiria se os estudantes vão desocupar ou não o prédio. A comissão lembra que o reitor assinou uma carta, no começo da ocupação, afirmando que os estudantes não sofreriam nenhum tipo de punição. Até agora seis invasores foram citados judicialmente para pagar uma multa de R$ 100,00, por dia de ocupação.
Folha de Londrina