Paraná

Solo em Almirante Tamandaré é frágil para ocupação urbana

30 mai 2001 às 11:30

Em municípios da Região Metropolitana de Curitiba, como Almirante Tamandaré, a ocupação urbana intensa não é recomendada em função da formação do solo ser bastante frágil. Para o diretor técnico da Mineração do Paraná (Mineropar), Marcos Vítor Frabo, "a urbanização deve se basear em estudos dos condicionantes geológicos e das limitações que o meio físico impõe, uma vez que as áreas de carbonato são sempre frágeis."

O órgão, em 1998, elaborou um guia que traz informações sobre os principais acidentes geológicos em áreas urbanas. O material, segundo Fabro, foi distribuído para todas as prefeituras do Paraná com o objetivo de repassar informações sobre os processos acentuadores desses acidentes e como enfrentá-los, justamente para orientar a elaboração de planos diretores e de uso e ocupação do solo.


No último final de semana, o terreno de uma casa no Jardim Monte Santo, em Almirante Tamandaré cedeu, abrindo uma cratera de mais de cinco metros de diâmetro e quatro metros de profundidade. A Prefeitura de Almirante Tamandaré (Região Metropolitana de Curitiba), segundo informou o secretário do Trabalho e Assuntos Econômicos, Ari Anselmo da Silva, está buscando auxílio técnico junto à Coodenadoria da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e à Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) para estudar as causas do afundamento.


A Sanepar não assumiu a responsabilidade pelo último acidente ocorrido em Almirante Tamandaré. O gerente de Hidrogeologia, Arlineu Ribas, admitiu, no entanto que, no início da operação dos poços do Karst na área central do município, quando ainda se faziam testes de bombeamento, em 1992, houve desestabilização do terreno e várias casas apresentaram rachaduras. O mesmo se repetiu em Colombo, cinco anos depois, com a exploração de poços na região de Fervidas.


Segundo a assessoria de imprensa da Sanepar, a empresa tem 15 ações de indenização de moradores dos dois municípios ainda em andamento. Outras 14 indenizações já foram pagas pela Sanepar. A assessoria não soube informar o valor dos processos.

Em Almirante Tamandaré, a Sanepar explora 10 poços do Aquífero Karst, retirando cerca de 220 litros de água por segundo. Em Colombo, são ao todo 11 poços, com vazão de aproximadamente 200 l/s.


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