João José de Arruda Junior, 25 anos, sobrinho do senador Roberto Requião (PMDB), admitiu, por meio de petição encaminhada por seu advogado à Delegacia de Delitos de Trânsito, ser ele o condutor da caminhonete Ford Explorer azul, placas AJA 1407, que se envolveu numa violenta colisão, no centro de Curitiba, na madrugada do último sábado. No acidente, morreram Mariana Fagundes de Oliveira, 18 anos, e Naline Picolo, que completaria 18 anos em dezembro. Elas eram passageiras do veículo GM Astra, placas IEK 2749, conduzido por Odilon Gonçalves de Jesus, 28 anos, que teve ferimentos leves.
O advogado de Arruda Junior e do outro rapaz que estava em sua companhia, Juliano César Plois, disse que encaminhou ontem petição à Delegacia de Delitos de Trânsito, declarando que Arruda era o condutor da caminhonete. Segundo o advogado, que preferiu não ter o nome divulgado, Ricardo Andreatta Ribeiro, 28 anos, teria estado no local do acidente e se apresentado como condutor da caminhonete no lugar do "amigo de infância", mas os ocupantes do veículo seriam apenas Arruda Junior e Plois.
De acordo com o titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, Guaraci Joarez Abreu, testemunhas afirmaram que a caminhonete passou em alta velocidade pelo sinal fechado, no cruzamento das ruas Aminthas de Barros e Tibagi, colidindo com a lateral do outro carro. A versão dos ocupantes da caminhonete ao advogado é de o condutor do Astra é quem excedia na velocidade. Eles não admitiram terem furado o sinal. "Não tenho detalhes do acidente. Isso é a perícia quem vai apurar", afirmou o advogado.
Até agora, apenas o condutor do Astra prestou depoimento e passou por exame de dosagem alcoólica, cujo resultado ainda não ficou pronto. Abreu ainda não intimou Arruda Junior e Plois para depor porque quer primeiro ter certeza de quem estava dirigindo. Eles deverão depor ainda esta semana.
Em nota enviada por sua assessoria de imprensa sábado passado, Requião afirmou que esteve no local do acidente e que retirou o sobrinho do lugar para que ele pudesse ser medicado. "Ele não tinha o direito de tirar pessoas do local do acidente antes da polícia fazer o seu trabalho", advertiu o delegado.