Seis policiais militares são acusados de matar dois homens dentro de um lixão no município de Itaperuçu, Região Metropolitana de Curitiba. Os policiais e o guardião da delegacia do município, Valdir Matias Santos, também teriam espancado cerca de 20 pessoas, entre elas mulheres e crianças.
A Delegacia de Rio Branco do Sul, também na região metropolitana, está investigando o caso. De acordo com o delegado Mário Sérgio Zachesky, conhecido como Bradock, três pessoas envolvidas no crime já foram identificadas. Os soldados Juliano e Fraga, do 17º Batalhão da Polícia Militar de Curitiba, já estão recolhidos no quartel. Santos está detido na delegacia de Rio Branco. "Falta identificar ainda quatro policiais militares do 13º Batalhão o que deve acontecer nos próximos dias", afirma Bradock. A identificação está sendo prejudicada porque os policiais estavam usando capuzes.
O crime foi na noite de sábado. Os policiais estavam procurando um foragido da polícia quando encontraram Ezequiel Santos da Silva e Ezequiel Francisco dos Santos, na Vila Capinzal. Os dois eram acusados de assalto e roubo de caminhonetes na Região Metropolitana de Curitiba. Os policiais levaram os assaltantes até o lixão da cidade, onde foram despidos, espancados e assassinados com vários tiros. Um telefone celular e mais R$ 173,00 foram levados das vítimas.
Durante a busca, os policiais teriam espancado cerca de 20 pessoas da Vila Capinzal, bairro de Itaperuçu. Entre elas estariam mulheres e crianças. "Uma mulher teve o trabalho de parto acelerado por causa da surra", conta Bradock.
Segundo o delegado, a operação era ilegal. "Eles não tinham autorização para a busca dos assaltantes, de acordo com o comando da PM."
Ontem, Bradock ouviu cinco testemunhas, entre pessoas que apanharam dos policiais militares. Mais dez pessoas devem ser ouvidas nos próximos dias.
Os soldados Juliano e Fraga estavam em serviço na noite do crime. De acordo com o Departamento de Comunicação Social da Polícia Militar foi aberto um inquérito policial militar. Eles devem ser julgados primeiro pela Justiça Militar e, caso se comprove que cometeram crime doloso contra a vida, o inquérito será remetido à Justiça comum.