A empresa Transforma Engenharia do Meio Ambiente começou a remover os 3,7 mil latões de resíduos tóxicos (metais pesados, borra de tinta e solventes) que estão abandonados a céu aberto desde 1995 em três áreas de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba). Além dos latões a céu aberto, a Transforma constatou a existência de 400 toneladas do produto enterradas no Bairro Preto. Também há denúncias, que estão sendo apuradas, que a empresa teria enterrado galões dentro da lagoa perto do Rio Itaqui.
O lixo está depositado em três locais distintos: na área próxima ao Rio Itaqui, na localidade de Barro Preto; perto do Rio Miringuava; e no bairro Santos Dumont 4, na localidade de Xingu. Ao todo, existiam no local 8 mil latões de 200 litros cada, mas parte do material foi retirado dos depósitos anteriormente. A previsão é de que todo o material seja removido em dois meses e meio.
A retirada do produto foi determinada pela 2ª Vara da Justiça do município, que acatou denúncia feita por duas Organizações Não-Governamentais (ONGs) ao Conselho Municipal de Meio Ambiente de São José dos Pinhais. A denúncia foi formalizada em 28 de fevereiro do ano passado, e encaminhada à Procuradoria do Meio Ambiente, que abriu Ação Civil Pública.
Os resíduos seriam provenientes de grandes empresas da Cidade Industrial de Curitiba e até de fábricas de outros Estados. Entre elas estão a Volvo, Inepar, General Motors, SLC John Deere, New Holland, Perfipar, Valeo e Singer. Estas indústrias contrataram a empresa Recobem Indústria e Comércio e Vernizes para retirar os galões e reciclar o material. O problema é que a Recobem faliu em 1995 e desde então os tambores ficaram a céu aberto. Por esse motivo, a Justiça determinou que as empresas que geraram os produtos se responsabilizassem pela remoção de todo o material.
De acordo com a diretora da Transforma, Tania Camargo Amaral, a empresa está atuando no local há um mês, fazendo a classificação do produto. O material está sendo transportado para a fábrica de cimentos Itambé, em Rio Branco do Sul (Região Metropolitana de Curitiba), onde será incinerado e incorporado ao cimento, sem riscos de poluição.