Reinaugurada há dez meses - depois do incêndio que destruiu grande parte da estrutura -, a Ponte Pênsil Alves de Lima, localizada sobre o Rio Paranapanema, em Ribeirão Claro, no Norte Pioneiro do Paraná, voltou a ser um propulsor do turismo na região e garantir belas fotos. A ponte foi inaugurada em 1920 com o objetivo de ligar as cidades de Chavantes, em São Paulo, e Ribeirão Claro. Foi tombada como patrimônio histórico para os dois estados por conta do valor imaterial e para manter a preservação.
“Temos apenas três pontes no Brasil desta maneira. O Norte Pioneiro foi colonizado por meio de ocupações espontâneas, com pessoas de São Paulo e Minas Gerais trazendo a cultura do café. Essa ponte foi muito importante neste processo e hoje continua sendo importante para o turismo”, ressalta Mara Mello, diretora-presidente da Atunorpi (Associação Turística do Norte Pioneiro).
A estrutura tem atraído moradores de várias regiões do Paraná e também de São Paulo, fomentando a economia local. “Há alguns dias fui passear por lá e percebi o quanto de turistas ela traz, pessoas que vão para conhecer devido à fama”, comenta. “O turismo é uma empresa de céu aberto. Antigamente se falava em turismo e vinha na mente apenas viagem. Hoje vem negócios, economia. É empresa que todos ganham de alguma forma”, avalia.
A ponte tem 149 metros de extensão e um vão suspenso de 82 metros, servindo somente para a passagem de pedestres. O tabuleiro é de madeira e dividido em sete partes, sendo seis apoiadas em pilares e uma pênsil, sustentada por cabos de aço apoiados em duas torres. A estrutura ainda foi palco de batalhas na Revolução Constitucionalista de 1932.
INTENCIONAL
Em 2020 a ponte foi incendiada, com as chamas destruindo quase 40 metros da extensão. A perícia apontou que o fogo foi provocado por uma ação humana intencional por algum material combustível despejado na madeira. A reforma ficou sob respondabilidade do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) paulista, com uma terceirizada fazendo substituição de madeiras do tabuleiro e do guarda-corpos, além da implantação novas peças metálicas, entre outros serviços. “Quando aconteceu essa tragédia (do incêndio) impactou toda a região”, relembra.
De acordo com Mara, a estrutura faz parte de um conjunto de locais que valorizam o Norte Pioneiro paranaense. “Nosso ‘mar’ de água doce é um espetáculo, por exemplo. Todo Norte Pioneiro tem sua beleza: Tomazina, em Santo Antônio da Platina tem o santuário que é rota do rosário, aqui temos o melhor café, o melhor queijo, artesanato. Estamos trabalhando com as pousadas para que as pessoas venham conhecer”, elenca.