O Paraná vai ganhar um curso para formar pessoas que pensem em tecnologia capaz de transformar o lixo, gerado pelas indústrias e agricultura, em dinheiro. Em agosto deste ano está previsto a formação de cadeira no conceito Zeri - que estuda e pesquisa formas agregar valor aos resíduos -, que vai funcionar na Universidade do Meio Ambiente, na Capital. Ontem, o economista Gunter Pauli, um dos idealizadores desse conceito, esteve no Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, em Curitiba, discutindo formas de aplicar essa nova idéia dentro da realidade brasileira e paranaense.
Gunter Pauli disse que o conceito Zeri pode ser aplicado em quase todas as áreas produtivas da sociedade. Atualmente é desenvolvido em 40 países, sendo aplicado em grandes empresas, como a Fiat e Toyota. O economista disse que no Japão e Europa esse conceito está mais arraigado. No Brasil, há um trabalho de aproveitamento de todos os subprodutos do arroz. Para o Paraná, ele acredita que o conceito pode ser empregado nas novas indústrias ou nos setores extrativistas.
Pauli sugeriu, como exemplo, a aplicação entre os madeireiros, que atualmente só aproveitam a madeira. "Nas folhas de coníferas, espécies de árvores existentes no Estado, há uma substância que impede formação de fungos. Se fosse feito um estudo, poderia descobrir um fungicida natural para ser empregados nas plantações, evitando gastos com fungicidas industriais", disse.
O economista informou que o curso na Universidade Livre do Meio Ambiente será desenvolvido em parceria entre o governo estadual, cientistas e empresas. Serão abertas 25 vagas destinadas a jovens. "Dois mentores - um cientista e um empresário - irão acompanhar o projeto, fazendo com que o trabalho sai para uma aplicação básica", afirmou. Ele disse que a escolha do Paraná se deu por já existir um grupo de estudos desse conceito em atuação.