Menos de seis horas depois de uma denúncia anônima feita à Polícia de Luiziana, na região noroeste do Paraná, um rapaz de 22 anos, suspeito de abusar sexualmente de três sobrinhos, foi preso.
A prisão preventiva foi decretada pela Justiça a pedido da Promotoria da Infância e Juventude de Campo Mourão. Assim que teve conhecimento das denúncias anônimas, a Promotoria entrou em contato com o Conselho Tutelar de Luiziana, ouviu testemunhas e pediu a preventiva do rapaz, que é acusado de abusar de uma criança de 9, outra de 6 e a mais nova de 4 anos.
O tio pedófilo tem passagem por furto na delegacia de Luiziana. Ele morava com a família das crianças e era encarregado de buscá-las na escola. Em seu depoimento à polícia, ele admitiu que abusava da sobrinha de 6 anos, em uma casa abandonada no trajeto da escola para casa. Mas a Promotoria de Justiça investiga a prática de abuso e exploração sexual também em relação aos outros dois sobrinhos.
De acordo com o Ministério Público, os pais das crianças também foram ouvidos e afirmaram que não sabiam dos abusos. Mesmo assim, elas foram levadas para um abrigo, como medida protetiva, até que o inquérito seja concluído. Também foram submetidas a exames periciais e já estão recebendo acompanhamento psicológico.
Assim que os laudos dos exames estiverem prontos e o inquérito for concluído, o MP-PR oferecerá a denúncia contra o pedófilo. Enquanto isso, o rapaz deverá permanecer preso.
"A ação rápida do Ministério Público, da Polícia, do Conselho Tutelar e da Justiça impediu que ele agredisse ainda mais as crianças. E isto só foi possível porque a comunidade de Luiziana não se calou diante desse crime absurdo e denunciou o agressor às autoridades", disse a promotora de Justiça da Infância e Juventude da comarca, Michele Nader.
Denúncias
A promotora de Justiça explica a importância das denúncias que chegam da comunidade para o combate de crimes sexuais: "São essas denúncias, mesmo que anônimas, que permitem uma ação efetiva no combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Muitos desses crimes ocorrem dentro de casa e são cometidos por parentes ou pessoas conhecidas das crianças. As denúncias são fundamentais para conseguirmos identificar aos agressores", ressaltou a promotora.
Quem denuncia os casos de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes não precisa se identificar. As denúncias podem ser feitas a qualquer autoridade policial, aos Conselhos Tutelares e de Direitos, à Promotoria de Justiça da comarca. Ainda é possível denunciar pelos telefones 100 ou 181 (ligação gratuita).