Enquanto aguarda o resultado dos exames que vão confirmar se existem ou não focos de febre aftosa no Paraná, o governo do estado intensifica as medidas de prevenção à doença. Devido à suspeita de casos em Amaporã, Grandes Rios, Loanda e Maringá, o governo divulgou nesta segunda-feira (31) no Diário Oficial a Resolução nº 93, considerando esses municípios áreas de risco sanitário.
A resolução traz uma série de determinações a respeito do trânsito e comercialização de animais no Paraná. Fica proibida, por exemplo, a entrada e saída de todos os animais vivos, seus produtos e subprodutos, bem como os materiais de multiplicação animal, provenientes desses municípios.
De acordo com a Agência Brasil, neste final de semana foram interditadas quatro fazendas em municípios da região de Maringá e o governo paranaense encaminhou material coletado em reses dessas propriedades para Belém (PA), onde funciona um laboratório habilitado pelas autoridades sanitárias a comprovar a ocorrência da doença.
No domingo (30) veterinários do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina se reuniram em Guaíra, para avaliar as medidas tomadas até o momento, tanto no Brasil quanto no Paraguai, para impedir que o vírus se propague pela América do Sul.
O diretor do Departamento de Fiscalização (Defis), da Secretaria da Agricultura, Felisberto Queiroz Baptista, ressaltou a necessidade da união de esforços entre os países da América do Sul. "É o momento para praticarmos ações que, realmente, atendam o interesse de todos aqueles que não medem esforços para enfrentar o inimigo comum. Precisamos manter o controle da situação. Por isso, o intercâmbio de experiências em defesa sanitária é importante para evitar que doença contamine os rebanhos sul-americanos", disse.
Nos próximos três dias, a missão de veterinários vai prosseguir com as visitas técnicas em regiões do Paraná e de Mato Grosso do Sul. Nesta segunda (31) os técnicos do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa) estão percorrendo as fronteiras do Paraná com a Argentina e o Paraguai, além da divisa do estado com Santa Catarina. Na programação, os municípios de Eldorado (MS) e Japorã (MS), onde foram confirmados os focos de aftosa, também serão visitados.
De acordo com informação da Secretaria da Agricultura, na sexta-feira (4), em Eldorado (MS), o grupo vai elaborar um informe final sobre as conclusões da viagem. O documento será apresentado, pelo Comitê Veterinário Permanente (CVP), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, nos dias 7 e 8 de novembro.
Desde o último sábado (29), foram instalados rodolúvios - equipamento que desinfeta os veículos -em vários pontos da fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina. Todos os carros estão passando por um tanque com uma mistura de iodo, ácido cítrico e água.
Também estão sendo realizados o fórum regional Paraná na Luta Contra a Febre Aftosa, com o objetivo de esclarecer o público sobre a doença e demonstrar os procedimentos que o governo do estado, juntamente com as entidades que integram o Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) e Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec), estão tomando para proteger o rebanho paranaense. Nesta segunda, o fórum se realiza em Ponta Grossa e Londrina. O fórum termina na terça, em São José dos Pinhais, com o lançamento da segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa deste ano.
* Segundo informações da assessoria da Secretaria da Agricultura, a expectativa é de que o Laboratório Nacional de Agricultura, em Belém, conclua os exames nesta terça-feira (1º).