Após uma série de problemas financeiros e do fracasso em sua reestruturação, o provedor americano de acesso PSINet anunciou ontem que está ficando sem dinheiro. Além disso, alertou os investidores que vai atrasar a apresentação de seu relatório financeiro relativo ao ano 2000 e pode até pedir concordata.
A empresa também avisou que suas ações devem virar pó muito em breve. Na verdade, ontem mesmo as negociações dos papéis da empresa foram suspensas na Nasdaq, a bolsa eletrônica de Nova York.
A companhia pediu à SEC, a comissão de valores americana, 15 dias a mais no prazo para entregar os documentos de seu balanço e contratou uma consultoria externa - a Goldman Sachs - para avaliar seus ativos e as eventuais saídas para a crise. Uma das possibilidades em estudo é a venda total do negócio.
Outro banco, o Dresdner Kleinwort Wasserstein, ficou responsável por descobrir formas de pagar os credores do provedor. As dívidas do PSINet estão na casa dos US$ 2,8 bilhões. Isso, provavelmente, irá envolver uma nova e mais profunda reestruturação do negócio sob a proteção de leis federais americanas para empresas concordatárias.
Os executivos da empresa já estão tentando recuperá-la há algum tempo. Busca de novos nichos de negócio e venda de ativos, além de grandes cortes de pessoal, já faziam parte da vida da PSINet desde que as ações da empresa começaram a despencar e sua estratégia de compras agressivas pelo mundo não mostrou os resultados esperados.
Agora, com as mudanças, mesmo que tudo dê certo, os próprios executivos da empresa admite que suas ações dificilmente voltarão a ter algum valor no mercado acionário.
Nos tempos áureos, no início do ano 2000, quando a PSI ainda era uma empresa que estava comprando concorrentes a toque de caixa, a ação chegou a valer US$ 46,00. Antes de ser tirada de circulação na Nasdaq, ontem, cada ação valia US$ 0,19 e com quase nehnuma liquidez.
No Brasil, onde a companhia chegou a adquirir 11 provedores de acesso para aumentar sua base de clientes rapidamente, os seus representantes não quiseram se manifestar. A estratégia agressiva, que começou em abril de 1999 e durou até setembro de 2000, previa um crescimento acelerado da PSI em toda a América Latina, tendo como base o mercado brasileiro. Durou pouco. No mês passado, a companhia já admitia a venda de todos os seus ativos na região.
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