Moradores e lideranças políticas prometem para o próximo dia 29 uma manifestação que deve fechar a Rodovia do Xisto (BR-476), que liga Curitiba a São Mateus do Sul, por doze horas. A decisão foi tomada em encontro que reuniu cerca de 50 pessoas para definir uma maneira de cobrar do governo solução para as péssimas condições da estrada. Eles esperam que até o dia marcado para o protesto, o Departamento Nacional de Estrada e Rodagens (DNER) apresente uma proposta concreta para a reforma da rodovia.
Para determinar como vai acontecer o bloqueio da estrada, se por doze horas ininterruptas ou se em intervalos, foi formada uma comissão com representantes da sociedade civil, de sindicatos e lideranças políticas. Estão envolvidos três municípios que são diretamente prejudicados pelas condições precárias da estrada: Lapa, Contenda e Antônio Olinto.
Segundo o prefeito da Lapa, Paulo Furiatti, o protesto só poderá ser evitado se o governo iniciar ou ainda apresentar uma data para início das obras da rodovia. O DNER já divulgou a empresa ganhadora da licitação para realizar as obras, orçadas em R$ 12 milhões, mas justifica que elas ainda não começaram porque os recursos não foram liberados. Furiatti disse que é preciso apressar esse processo para evitar prejuízos aos municípios e riscos para população.
Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que foram registrados 212 acidentes na Rodovia do Xisto, com dez mortes e 106 feridos, apenas entre janeiro e julho deste ano. O trecho mais crítico da estrada, segundo a PRF, vai do km 10 ao km 46 (em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba), onde até o mês de julho ocorreram 145 acidentes, com seis mortes e 51 feridos. No ano passado, neste mesmo trecho, foram registrados 185 acidentes, com 18 mortes e 175 feridos.