Paraná

Protesto leva tratores para rodovia de Cambé

29 abr 2003 às 10:41

Produtores rurais de Cambé (13 km a oeste de Londrina) colocaram tratores e caminhões na estrada e dificultaram o trânsito da BR-369 nesta segunda-feira para protestar contra a falta de segurança do trevo localizado no quilômetro 163, principal elo de ligação da zona sul com a área central.

A readequação do trecho é uma reivindicação antiga da comunidade e a obra chegou a ser licitada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) mas a empresa vencedora desistiu do serviço antes de realizar qualquer benfeitoria.


Durante o protesto, os agricultores cerca de 100 em pouco menos de 30 veículos, segundo os organizadores cruzaram a pista pelo contorno diversas vezes.


O trânsito ficou lento com formação de filas nos dois sentidos da rodovia por cerca de 40 minutos, quando os manifestantes aproveitaram para distribuir panfletos entre os motoristas.


''Não estamos fechando a rodovia, só pedindo passagem, temos o direito de transpor a estrada com segurança'', afirmou uma das organizadoras do movimento, a produtora Gilvane Amano.


Segundo ela, os agricultores têm sido os mais prejudicados pela falta de segurança do contorno. ''Existem cerca de 800 famílias na região da Bratslava (bairro da zona rural) a maioria precisa passar por aqui todo santo dia'', reclamou.


Os manifestantes pedem a implantação de um semáforo ou a construção de um viaduto para retirar o tráfego da rodovia. Também participaram do protesto vereadores de Cambé e moradores de bairros vizinhos.


Além do movimento grande de veículos, o trecho também é bastante utilizado por pedestres que precisam cruzar a rodovia para chegar em casa. ''Aqui morre muita gente atropelada, já até perdi a conta de quantas eu vi'', conta a dona de casa Marli Correa.


A readequação do contorno se arrasta desde o final de 2001. Depois de três audiências públicas e muita pressão da comunidade, o DER se comprometeu a realizar a obra em março do ano passado.


Segundo o atual superintendente do órgão, Wilson Luiz Bazzo, as benfeitorias foram orçadas em R$ 481 mil e a obra deveria ter começado em agosto de 2002 mas a vencedora da licitação, a Viaplan Engenharia Ltda, de Curitiba, desistiu do empreendimento.


A gerente da Viaplan, Carolina Mussi Augusto, confirma que a obra foi liberada pelo DER. ''A ordem de serviço foi assinada mas como na época o DER estava devendo muito dinheiro para as construtoras nossa posição foi esperar um pouco'', afirma. Posteriormente, segundo ela, a obra foi formalmente cancelada pelo órgão.


Segundo Bazzo que assumiu o órgão neste ano e alega não ter acompanhado o processo o DER está estudando as medidas administrativas a serem tomadas para retomar o projeto. ''Mas antes de qualquer passo estamos fazendo um levantamento para apurar se essa (projeto não realizado) seria a solução ideal'', afirma.

O projeto original previa uma readequação das pistas e mantinha a passagem pela rodovia. ''Talvez a melhor opção seja a construção de um viaduto para retirar essa passagem em nível'', afirma o superientente, que também adianta que as obras vão depender dos recursos orçamentários do DER.


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