Cinco presos de unidades prisionais de Londrina foram aprovados na primeira chamada do Sisu (Sistema de Seleção Unificado) e poderão cursar o ensino superior na UEL (Universidade Estadual de Londrina) e na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Eles foram aprovados em Pedagogia e Engenharia de Alimentos, Ambiental e de Materiais. A lista dos candidatos selecionados foi divulgada pelo Ministério da Educação.
Além deles, outros 953 presos de 33 unidades prisionais do Paraná realizaram o Enem-PPL (Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade) no mês de fevereiro e contaram com o auxílio do Depen-PR (Departamento Penitenciário do Paraná).
"O Enem-PPL é uma importante estratégia para a elevação de escolaridade das pessoas privadas de liberdade”, afirma o diretor-geral do Depen, Francisco Caricati. Ele lembra que, assim como o Enem Nacional, a nota deste exame permite que essas pessoas tenham acesso à educação superior por meio dos programas de financiamento estudantil (Sisu, Prouni) ou apoio à educação superior do governo federal.
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A última edição do ENEM-PPL teve inscrição de 1.644 presos. No entanto, devido à pandemia do Covid-19, algumas unidades deixaram de aplicar o exame para evitar o contágio e a propagação do vírus. Com isso, 958 presos fizeram a prova.
AÇÕES EDUCACIONAIS – Em todo o Estado, 45 presos cursam Ensino Superior, presencial ou a distância. São 10 unidades prisionais do Paraná com detentos estudando em universidade ou faculdade. Dezessete tiveram acesso pelo Programa Universidade Para Todos (ProUni), 14 pelo processo de vestibular e dois pelo SiSu. Os principais cursos são Letras (11), Administração (4), Direito (3), Educação Física (5), Serviço Social (3) e Serviços Jurídicos e Notariais (3).
A instituição que mais tem presos cursando é a UEL (12), seguida do Centro Universitário Claretiano (10) e Faculdades Integradas Norte do Paraná - Unopar (6). Também há matriculados na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC) e Faculdade Pitágoras - Centro Universitário Filadélfia (Unifil).
O número de presos matriculados no ensino superior, público ou privado, tem crescido com o passar dos anos. Muito se deve ao incentivo nas unidades. Atualmente, todos os estabelecimentos prisionais possuem salas de aula, professores da educação básica e acervos bibliográficos. Além disso, 18 unidades contam com laboratórios de informática, onde os presos acessam os cursos de qualificação profissional e superiores a distância.
Dentre as regionais do sistema prisional do Paraná, a de Londrina é a que mais têm presos estudando no ensino superior. O alto número de deve-se à UEL continuar a ofertar e aplicar o vestibular para os presos das unidades, mesmo sem o cursinho preparatório, em função da pandemia. O vestibular da UEL dentro das unidades acontece desde 2013. Neste ano, será aplicado em 30 de maio e tem 251 inscritos. São 134 da Penitenciária Estadual de Londrina 2 - PEL2, seguida pela Penitenciária Estadual de Londrina - PEL (63), Centro de Reintegração Social de Londrina - Creslon (24), Casa de Custódia de Londrina - CCL e Patronato Londrina (15).
Segundo a pedagoga da PEL2, Miriam Medre Nobrega, o apoio das unidades penais com os estudos tem dado retorno positivo. "Além de cumprir com a parte social, de ressocialização, percebemos que os presos se sentem valorizados e capazes de conseguir a aprovação em uma instituição concorrida como a UEL. O feedback que as universidades têm nos dados é que eles são comprometidos e tiram notas boas”, afirma