Um projeto idealizado pela 1.ª Promotoria de Justiça de Quedas do Iguaçu, para combater o uso abusivo de álcool e de outras drogas entre os índios da Aldeia Pinhal, situada no município de Espigão Alto, no Centro-Sul Paranaense, foi iniciado nesta quinta-feira (11 de dezembro). A iniciativa nasceu do apelo da cacique Jurema Nunes de Oliveira e da diretora da Escola Estadual Indígena Valdomiro Tupã Pires de Lime, Iliane de Luca, para que o MP-PR ajudasse a amenizar o problema, que tem inúmeros reflexos negativos para a comunidade escolar.
"Toda a comunidade da aldeia é impactada por essa situação. Ela acarreta outras problemáticas, como a violência doméstica, a evasão escolar e até a fome, já que há casos em que os homens gastam todo o dinheiro com bebida e deixam suas famílias sem ter o que comer", explicou a promotora de Justiça Andressa Chiamulera, da 1.ª Promotoria de Justiça de Quedas do Iguaçu. Além disso, segundo relato da cacique da aldeia, o uso abusivo de álcool não é feito apenas por adultos, mas também por adolescentes e crianças.
Primeiro encontro – A primeira reunião com os moradores da aldeia contou com a participação da promotora Andressa, da cacique Jurema, da diretora Iliane e de representantes da Polícia Militar e da Emater, além de integrantes do Conselho Tutelar, das secretarias da Saúde, Educação, Assistência Social, Meio Ambiente e Agricultura, Vigilância Sanitária, Conselho Municipal da Criança – todos do município de Espigão Alto. Realizado na Escola Estadual Indígena Valdomiro Tupã Pires de Lime, o encontro foi prestigiado por alunos, professores, funcionários e familiares dos estudantes. "A ideia é, a partir da comunidade escolar, atingir toda a aldeia, onde moram 365 pessoas, entre adultos e crianças", explica a promotora de Justiça.
Na conversa de quinta-feira o projeto foi apresentado à comunidade: ele será desenvolvido a partir de encontros mensais com os moradores da aldeia. Embora o foco inicial seja a prevenção e combate ao uso de álcool e de outras drogas, as reuniões também vão focar nos problemas decorrentes da dependência e na discussão dos direitos e deveres dos índios. Para isso, os encontros terão a participação de integrantes do MP e dos órgãos da prefeitura ligados a cada questão abordada.
Estão programados seis encontros: o primeiro focará em Saúde; o segundo, em Educação; o terceiro será o destinado à participação do Ministério Público; o quarto é voltado à Assistência Social; o quinto será feito pelos integrantes do Conselho Tutelar e no último será realizado o fechamento e a avaliação do projeto, com todos os departamentos envolvidos na ação.