A Promotoria de Justiça de Ponta Grossa apresentou denúncia criminal contra sete pessoas – incluindo quatro policiais civis e um ex-policial militar. O MP narra na denúncia a prática de oito fatos delituosos que implicaram nos crimes de denunciação caluniosa, peculato, tráfico de drogas e associação para o tráfico, corrupção ativa e passiva e prevaricação. O caso veio à tona após a troca de 15 quilos de crack por parafina na 13ª Subdivisão de Polícia de Ponta Grossa. A droga havia sido apreendida em 2010, durante operações policiais, e encaminhada para a delegacia.
Além da ação penal, na esfera cível, no caso dos funcionários públicos – os policiais civis – também será verificada a questão da improbidade administrativa, o que pode implicar em sanções como afastamento da função pública, suspensão dos direitos políticos e multa. O ex-PM denunciado já havia sido expulso da corporação. Os responsáveis pela denúncia são os promotores de Justiça Honorino Tremea e Suzane Maria Carvalho do Prado.
Como relatam os promotores na denúncia: "Registre-se que no ano de 2010, foram realizadas duas grandes apreensões de crack nesta cidade (Ponta Grossa), uma efetivada pelo DENARC/CURITIBA e outra pela equipe do SAMURAI/CURITIBA, esta em 26/07/2010, de 21 tabletes da droga, com peso total aproximado de 21 Kg de crack, entregues à 13ª SDP. Em janeiro de 2011, houve a troca de chefia da 13ª SDP, ocasião em que a transferência do patrimônio, armas, objetos e drogas foi feita por funcionários sem conferência minuciosa ou pesagem, nem aplicação de reagente para verificação da droga repassada. Apenas olhavam superficialmente a quantidade de tabletes nos pacotes ou bolsas. Em 31/03/2011, houve delação anônima, via telefone, para o GAECO/CURITIBA, noticiando a troca de droga por parafina no interior da 13ª SDP de Ponta Grossa, fato confirmado visualmente em 06/04/2011 pelos Promotores de Justiça Dr. Honorino Tremea, Dra. Suzane Maria Carvalho do Prado e Dra. Vanessa Harmuch Perez Erlich, em visita de inspeção à Delegacia de Polícia para averiguar a notícia do "desvio da droga" repassada pelo GAECO/CTBA, resultando na apreensão da droga e parafina, bem como da instauração do presente Inquérito Policial para investigar os fatos, presidido pelo Dr. Adilson Ricardo da Silva, Delegado de Polícia – Corregedor Auxiliar, que se empenhou dedicadamente, por sete meses, na elucidação dos fatos, especialmente porque os crimes foram praticados por servidores públicos integrantes da Instituição da Polícia Civil, profissionais da segurança pública, com conhecimento técnico e hábil para destruir ou ocultar os vestígios dos fatos delituosos."