Paraná

Policiais civis de Londrina cruzam os braços por melhores condições de trabalho

01 ago 2016 às 14:41

Policiais civis de todo o Paraná participaram, nesta segunda-feira (1º), de um movimento de paralisação que acontece em todo o estado. Em Londrina, durante a manhã, parte do efetivo protestou em frente à 10ª Subdivisão Policial (SDP), na área central da cidade. No último dia 20, os policiais deflagraram estado de greve após a realização de uma assembleia em Curitiba.

De acordo com o Sindicato das Classes Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), a categoria pede melhores condições de trabalho - sobretudo o fim de atividades irregulares, como atuar dentro de carceragens cuidando de presos - e ainda novas contratações. A entidade denuncia que além da sobrecarga de trabalho, os policiais são obrigados a usar equipamentos vencidos - como coletes à prova de balas. Outra reivindicação é pelo pagamento de progressões e promoções, algumas aprovadas desde 2014.


De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), Michel Franco, a intenção é chamar a atenção da sociedade para os desvios de função, a falta de efetivo e da sobrecarga de trabalho. "O governo faz propagandas dizendo que está investindo em segurança pública, mas somos apenas 4 mil profissionais em todo o estado quando o número ideal seria 12 mil. Além disso, temos casos de investigadores e escrivães com jornadas de 80 horas semanais. O governo impede o policial de cumprir seu dever adequadamente e entregar o serviço pago através dos impostos da sociedade", argumentou em entrevista ao Bonde.


O Governo do Paraná, o judiciário, o Ministério Público (MP) e outras entidades foram notificados pelos sindicatos sobre a decisão de deixar de executar tarefas que não estão previstas nas funções dos agentes.


Celso Pacheco/Grupo Folha


Aproveitando a concentração de pessoas, os manifestantes promoveram uma doação coletiva de sangue. A unidade móvel do Hemocentro de Londrina esteve no local para fazer a coleta junto aos policiais.


Até as 8h desta terça-feira (2), apenas casos de flagrante serão atendidos em todas as delegacias do estado. Todo o trabalho burocrático está suspenso.


Atualmente, o Paraná conta com aproximadamente 7 mil policiais civis, entre ativos e inativos. Três mil são filiados aos sindicatos.


Posição do Governo


Sobre a paralisação de parte da Polícia Civil do Paraná, a Secretaria da Segurança Pública esclarece que os policiais não estão em greve e que a direção do sindicato que representa a classe se reuniu com o secretário da Casa Civil, Valdir Rossoni, e com o secretário Wagner Mesquita nesta segunda-feira (1º).


Sobre os coletes balísticos, a Sesp informa que nesta terça-feira (2) acontece a licitação para a compra de 7.796 novos coletes. Além disso, a Sesp aguarda o envio de aproximadamente 2 mil coletes pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Estes novos equipamentos de segurança serão distribuídos para as Polícias Civil e Militar.


Em relação à custódia dos presos, a Sesp informou aos representantes do sindicato que as 14 obras de construção e ampliação de penitenciárias já se iniciaram, com previsão de entrega de 10 delas no ano que vem e as outras quatro em 2018. Com estas obras serão abertas quase 7 mil novas vagas no sistema penitenciário – que permitirá a retirada dos presos de delegacias do Paraná. Paralelamente a isso, estão ocorrendo audiências de custódia e o uso de tornozeleiras eletrônicas, por determinação do Poder Judiciário, o que tem contribuído para desafogar as carceragens.


Também foi informado ao sindicato que recentemente foram contratados novos agentes de cadeia que estão tomando posse. Ao todo serão 2 mil agentes que cuidaram prioritariamente dos presos que estão nas delegacias.

Já sobre os pleitos envolvendo, por exemplo, promoção e progressão, reenquadramento funcional, aprovação do estatuto da Polícia Civil, a Sesp vai apresentar as demandas para as outras secretarias do governo, uma vez que as mesmas têm impacto financeiro e devem ser tratadas com os demais órgãos, via comitê de políticas salariais.


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