O secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, determinou nesta segunda-feira (11) a abertura de inquérito policial para apurar troca de corpos ocorrida no Instituto Médico Legal em Curitiba. O inquérito será conduzido pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce), com apoio do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
O equívoco foi constatado pela família de Jhonatan Souza Alto, 17 anos, morto sexta-feira (8) na Cidade Industrial de Curitiba, e que deveria ter ido para sepultamento em São Carlos (SP). Segundo os familiares, o corpo enviado não é da vítima e sim de um rapaz não identificado. A troca teria ocorrido no IML em Curitiba.
"Esse caso será apurado com absoluto rigor e, para isso, determinei a abertura de inquérito sob responsabilidade do Nurce. Casos assim não podem acontecer e pedimos nossas desculpas aos familiares. Não basta apenas um procedimento administrativo. Tudo vai ser rigorosamente revisto. Além disso, já determinei que um oficial da Polícia Militar e um delegado da Polícia Civil passem a colaborar com a direção do IML, para acompanhamento dos procedimentos adotados para identificação e liberação de corpos", disse o secretário.
Segundo as primeiras informações do IML, o corpo de Jhonatan deu entrada no instituto às 13 horas de sexta-feira (8), foi necropsiado e liberado para identificação no sábado (9). O corpo foi reconhecido pelos familiares e, depois de cumpridas todas as formalidades legais, enviado para São Carlos. Os familiares em São Paulo não teriam reconhecido o cadáver como o de Jhonatan, mas, mesmo assim, autorizaram o sepultamento, para só então comunicar o IML de Curitiba sobre a troca.
"O IML constatou que o corpo de Jhonatan continua nas dependências do instituto e que o corpo enviado para São Carlos, embora tenha sido reconhecido pelos familiares como sendo o do rapaz, na verdade é de um desconhecido", explicou Porcídio Vilani, diretor do IML. Segundo ele, ocorpo sepultado em São Carlos não foi identificado.
O delegado-titular do Nurce, Itiro Hashitani, responsável pela condução do inquérito, já começou as investigações. "Constatamos que efetivamente ocorreu o erro no IML, a troca de corpos aconteceu e vamos apurar como isso ocorreu e quem foram os responsáveis. Concluído o inquérito, eles poderão ser punidos administrativa e criminalmente", afirmou.
A Secretaria de Segurança Pública já pediu à Procuradoria Geral do Estado que solicite à Justiça de São Paulo a exumação do corpo sepultado e o envio dos restos mortais a Curitiba.