Paraná

PIC: documentos ficam sob a guarda da PM

30 dez 2000 às 16:35

O que restou do arquivo da sede da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) depois do incêndio de sexta-feira, no bairro Alto da Glória, foi transferido para outra sede do Ministério Público, na Rua Tibagi, no centro de Curitiba. Uma viatura da PM vai fazer a guarda da frente do local durante 24 horas por dia. Os nove promotores da PIC vão trabalhar provisoriamente na sede da Rua Tibagi. Nesse prédio funciona o almoxarifado do Ministério Público.

Já havia a previsão de transferência da PIC do bairro Alto da Glória. "Nós estávamos procurando outra sede e o atentado só antecipou a saída", afirmou Abilhoa. "Teremos que improvisar com os equipamentos durante um período, até que seja encontrada a nova sede."


A Polícia Civil espera ter até o fim da próxima semana o perfil da quadrilha que incendiou a sede da Promotoria. A informação é do delegado-geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro. Ele acredita que nos próximos dias os peritos do Instituto de Criminalística consigam alguns resultados iniciais de análises das provas retiradas do local. "Estamos trabalhando para apresentar os resultados das investigações o mais breve possível", disse.


Cerca de três homens invadiram a sede da PIC na madrugada de sexta-feira, renderam o vigia, espalharam gasolina em todos os cômodos da casa e atearam fogo nos arquivos da promotoria. Um dos principais indícios deixados pela quadrilha foram galões de gasolina vazios. A polícia está tentando identificar o local em que foi comprado o material combustível. A ação foi considerada uma tentativa de intimidação aos promotores e para dificultar as investigações sobre o crime organizado no Estado. Essa foi considerada a maior ação criminosa contra o Ministério Público em todo o País.


O delegado da Força Especial de Repressão Anti-tóxicos, Adauto de Oliveira, está comandando as investigações feitas pela Polícia Civil. "Decidimos deixar o doutor Adauto para não atrapalhar o andamento dos trabalhos no Cope", afirmou o delegado-geral. A princípio, o delegado destacado para a investigação do incêndio na PIC seria Luiz Alberto Cartaxo de Moura, do Centro de Operações Especiais (Cope), mas o delegado-geral preferiu mantê-lo à frente das operações do centro.


Na noite de sexta-feira Adauto de Oliveira iniciou algumas diligências sobre o caso. "Ele me passou um relatório sobre o começo das investigações e deve trabalhar nisso durante todo o fim de semana", contou o delegado-geral. Um grupo especial de policiais militares também está trabalhando no caso. A própria promotoria de investigações criminais vai fazer uma investigação paralela.

Na PIC estavam arquivadas denúncias e provas contra o crime organizado no Paraná. Processos contra o narcotráfico, roubo e desmanche de carros, corrupção de servidores públicos, desvio de recursos e apropriação indébita por vereadores, entre outras ações. Além de políticos, empresários, delegados e policiais de todo o Estado vinham sendo investigados pelos promotores. O coordenador da PIC, Dartagnan Abilhoa, garante que existem cópias dos documentos mais importantes em local seguro e que as ações da promotoria não serão interrompidas.


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