A facção criminosa que surpreendeu o País pode ter ramificações no Paraná. Investigações da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República, em Brasília, deram indícios de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria por trás de assaltos cinematográficos cometidos no Estado em 2000.
Seriam crimes como o sequestro do Boeing da Vasp, que fazia a rota Foz do Iguaçu/Curitiba, e o assalto da empresa Proforte, em Londrina. Marcelo Moacir Borelli é acusado de envolvimento nos dois casos, embora negue sua participação nas ações.
Uma das maneiras de estender a atuação do PCC para outros Estados, como o Paraná, seria a contratação de criminosos locais por parte dos chefes da facção. A Procuradoria Geral da República também identificou este modus-operandi em crimes registrados no Distrito Federal e em Minas Gerais.
O secretário de Segurança Pública, José Tavares, não descartou a hipótese do PCC ter ligações com criminosos que agem no Paraná. No entanto, ele considerou remota a chance de presidiários do Estado terem algum vínculo com o comando do PCC, em São Paulo.
"Quando há casos de indisciplina, os presos são transferidos de local para evitar a formação de grupos", disse Tavares. O secretário declarou que as quatro rebeliões registradas no ano passado (três na região de Curitiba e uma em Londrina) foram causadas por presos de outros Estados.
Para evitar novos focos de revolta no Estado, Tavares disse que a ordem é dar um tratamento digno aos familiares dos presos, além de encaminhar para estudos todos os pedidos feitos pelos interno.