O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, saiu otimista de uma reunião nesta segunda-feira com o governador Roberto Requião, no Palácio das Araucárias, em Curitiba, onde discutiu detalhes da pendência judicial que o Paraná tem junto à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) por conta da compra de títulos podres do antigo Banestado, hoje Banco Itaú.
Durante o encontro, foram rememorados detalhes da privatização do banco e as obrigações que foram repassadas ao Estado, inclusive a compra de títulos, que foram considerados ilegais pela Justiça.
O ministro considerou que é importante tentar buscar uma saída urgente, porque o problema já se arrasta há bastante tempo. "Nós entendemos que a questão do ponto de vista do Estado é justa, mas nós precisamos obedecer também os obstáculos legais. Temos que fazer isso na forma da lei, na forma das resoluções do Senado", observou.
"Vamos trabalhar mais um pouco esta semana, para ver se a gente avança e já tem algumas alternativas na próxima semana. Precisamos fazer um esforço extra para que essa ação não seja prolongada, para que essa pendência não fique mais tempo sem solução", acrescentou Paulo Bernardo.
O secretário do Planejamento, Enio Verri, que também participou do encontro, adiantou que, por ser do Paraná, Paulo Bernardo tem uma boa relação com o governo do Estado e que, por isso, a reunião permitiu um maior aprofundamento desse debate do governo estadual com o governo federal.
Verri destacou ainda que foram detalhadas toda a evolução histórica da disputa e todas as contradições que o governo do Estado entende que existem. "O ministro pareceu bastante convencido do quanto o governo do Estado está certo nesta negociação e saiu do encontro motivado para fazer a defesa do Paraná na esfera federal", avaliou o secretário.
"Ele saiu da reunião com mais documentos e mais elementos para avançar nas negociações com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Reinhold Stephanes (Agricultura), que era presidente do Banestado à época da privatização, para juntos construírem uma alternativa mais rápida para o problema", salientou o secretário do Planejamento.
O ministro, assim como governo do Paraná, acrescentou Verri, entende que, se não for resolvida esta questão com a STN, o Paraná não consegue receber recursos, principalmente de emendas de transferências dos ministérios, que são muito forte nesta época do ano. "Então, o ministro saiu daqui com o compromisso, que ele já tinha, mas agora muito mais latente, de resolver isso o mais rápido possível".
Além do secretário do Planejamento, Enio Verri, também participaram da reunião, o secretário da Fazenda, Heron Aruzua, o diretor–geral da secretaria da Fazenda, Heron Arzua, o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro; e a procuradora-geral do Estado, Jozélia Nogueira.
AEN