Os governos do Paraná e de São Paulo definem rota de turismo que passará no litoral dos dois Estados. Na região, de mata atlântica preservada, é onde se iniciou a colonização portuguesa, com a fundação, por Martim Afonso, em 1531, da primeira vila brasileira em Cananéia (SP). "Essa parte do litoral é uma das maravilhas que nós temos. Poucos talvez conheçam a sua exuberância de matas, igrejas e cidades históricas", afirmou o governador Orlando Pessuti, durante a Escola de Governo desta terça-feira (15).
O roteiro passa por Iguape e Cananéia, em São Paulo, chegando a Guaraqueçaba, Ilha do Mel, Paranaguá, Antonina e Morretes, com visitas a ilhas, igrejas e capelas. "Na região, existem casarões preservados de arquitetura açoriana, e o marco do Tratado de Tordesilhas, que pode ser visitado. Estão preservados inclusive os argolões que prendiam as naus da época", informou o secretário do Turismo, Herculano Lisboa.
Pelo potencial histórico, religioso e de belezas naturais, a expectativa é que a rota, em pouco tempo, se torne uma das mais conhecidas no Paraná. "Esse roteiro, há muito tempo sonhado, vem de uma ordem clara do governador, de estimular o turismo religioso e no litoral. Será uma das rotas mais completas que temos e acredito que, em um ano, ela esteja entre as principais do Estado", disse Herculano.
Algumas das igrejas e santuários mais antigos do Brasil ficam na região, como Bom Jesus do Iguape, a igreja Nossa Senhora do Pilar, em Antonina, a igreja São João Batista, em Cananéia, e à dedicada a Nossa Senhora do Rocio, padroeira paranaense, em Paranaguá.
INVESTIMENTOS - Já existe uma empresa privada interessada em operar passeios na região. A ideia é que o roteiro completo dure cerca de uma semana. Assim que o projeto esteja pronto, será colocado à venda em agências de turismo, e as secretarias do Turismo do Paraná e de São Paulo se comprometerão a fazer a divulgação, treinamento do pessoal e melhorias na infraestrutura.
Na segunda-feira (14), Herculano Lisboa esteve reunido com os prefeitos de Cananéia, Ilha Comprida, Iguape e Guaraqueçaba. A secretaria planeja investimentos na estrutura de recepção, melhorias em atracadouros e treinamento de pessoal. "Enquanto algumas empresas precisam investir até R$ 1,5 milhão para gerar um emprego, no turismo fazemos isso com poucos mil reais. O setor já representa 10% do nosso PIB e precisa ser olhado com cuidado", defendeu Herculano.