No Paraná ocorreram grandes variações de precipitação no mês de maio de 2024. Enquanto mais ao Sul do estado houve um alto quantitativo de chuva provocado pela atuação nos sistemas frontais (frentes frias), nas regiões centrais e ao Norte houve escassez, com registro somente na segunda quinzena do mês (Figura 1). O maior acumulado mensal de chuva ocorreu em Francisco Beltrão, no Sudoeste, com 343,6 mm. O menor índice pluviométrico registrado foi de 21,4 mm nos Campos Gerais. Os dados são do Boletim Agrometeorológico de maio do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná).
As anomalias de precipitação foram superiores à média histórica nas regiões Sul, Sudoeste e RMC (região metropolitana de Curitiba) e nas demais os índices permaneceram abaixo da média histórica (Figura 2 e 3). O Sudoeste e Sul registraram superávits de chuva de 111,0 mm e 84,6 mm, respectivamente, em relação à média histórica.
As regiões Noroeste e Norte foram as que tiveram menores índices pluviométricos, com déficits de 49 mm e 67,8 mm em relação à média histórica. A média estadual de precipitação foi de 134,4 mm, sendo que a média histórica é de 126,3 mm.
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As temperaturas foram bastante elevadas para a época, especialmente as mínimas, com valores acima da média histórica em todo o Estado, devido à presença de um forte bloqueio atmosférico durante a segunda quinzena de abril e primeira quinzena de maio (Figura 4). Em Cambará, Norte pioneiro, a anomalia das temperaturas mínimas do ar atingiu 4,4 ºC.
Em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a média das temperaturas máximas do ar foi 23,9 ºC, sendo que a média histórica é 20,7 ºC. Na média estadual, as temperaturas máxima e mínima do ar foram 1,7 ºC e 2,5 ºC acima da média histórica, respectivamente. Houve atuação de uma massa polar de fraca intensidade no final do mês, provocando apenas geadas leves e restritas a algumas áreas do Centro/Sul do Paraná. A menor temperatura registrada foi de 2,3 ºC no dia 29 de maio no município de Entre Rios, localizado na região Central do Estado.
Confira o impacto nas safras:
FEIJÃO 2ª SAFRA
No mês de maio, a colheita de feijão passou de 16% (abril) para 94% da área. Nas lavouras restantes as condições estavam 47% boas, 33% medianas e 20% ruins (SEAB). Houve uma piora em relação ao mês de abril, quando 66% das lavouras estavam em boas condições. Isso aconteceu em decorrência da chuva e umidade excessivas registradas nos últimos dois meses na região Sul do Paraná que é a principal produtora, desencadeando problemas de pragas e doenças e também na qualidade do produto colhido, dificultando inclusive a comercialização.
MILHO 2ª SAFRA
No final de maio, 52% das lavouras de milho segunda safra do Paraná estavam em boas condições, 31% medianas e 17% ruins (Seab). Houve uma piora em relação ao mês de abril (68% boas, 22% médias e 10% ruins) devido à estiagem. Praticamente todo o milho do Estado está na fase de frutificação e maturação (98%) e a colheita já iniciou em algumas áreas (7%).
TRIGO
A semeadura do trigo atingiu 73% até o final de maio, com 84% das lavouras em boas condições (Seab). Devido à seca, a cultura teve uma piora em relação ao mês anterior, que era 97%. Muitas lavouras tiveram germinação desuniforme ou plântulas mortas pela falta de umidade.
CAFÉ
O café apresentou uma boa frutificação e a maioria das lavouras encontrava-se em fase de maturação (65%), sendo consideradas 83% em boas condições e 17% em condições medianas (Seab). 15% do café do Paraná foram colhidos até o final de maio. Muitas lavouras apresentaram uma quantidade relevante de grãos miúdos, devido às altas temperaturas e longos períodos de estiagem durante a safra.
CEREAIS DE INVERNO
A cevada chegou a 37% da área semeada, com 93% em boas condições (Seab). Prossegue também a semeadura da aveia branca e da aveia preta.
CANA-DE-AÇÚCAR
Intensificou-se a colheita de cana, favorecida pelo tempo majoritariamente seco nas regiões produtoras (Norte e Noroeste). As produtividades têm sido normais apesar do déficit hídrico.
FRUTICULTURA
O clima favoreceu as frutíferas da época como laranja, poncã e banana, as quais estão em fase de colheita e apresentam boas produtividades.
OLERÍCOLAS
As hortaliças e olerícolas em geral apresentaram boas produtividades, inclusive as áreas da segunda safra de batata, que passaram de 29% para 56% colhidas (Seab).
PASTAGENS
De forma geral, as pastagens apresentaram uma boa produção de massa verde, exceto em localidades em que a seca foi mais severa, como no Noroeste do Estado.
MANANCIAIS HÍDRICOS
Os rios, represas e córregos apresentaram níveis de água dentro da normalidade.
Fotos: IDR-PR
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