O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, constituiu nesta quinta-feira (14) um grupo técnico para ampliar o trabalho de vigilância que será executado pela Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) e Embrapa Soja para identificação da lagarta Helicoverpa armigera nas lavouras paranaenses, e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) nas lavouras subsequentes.
Com o monitoramento, o Estado quer produzir um diagnóstico sobre a ocorrência da praga e sua participação no conjunto de lagartas que podem causar danos às lavouras e a indicação de soluções adequadas a serem adotadas pelos agricultores.
A decisão é uma resposta às cooperativas e produtores paranaenses que, em reunião na Secretaria quarta-feira (13), manifestaram preocupação com a possibilidade da infestação da lagarta nas lavouras de grãos do Paraná.
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A reunião foi acompanhada pelo presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, pelo superintendente da Ocepar, Nelson Costa, e técnicos da Embrapa Soja, da Fundação ABC, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e de cooperativas.
A Adapar e a Embrapa Soja, de Londrina, se anteciparam à preocupação dos produtores e executam um monitoramento da ocorrência de lagartas do grupo Heliothinae, que prevê a coleta de lagartas e acompanhamento de 60 lavouras de soja distribuídas no Estado.
Segundo o diretor de defesa agropecuária da Adapar, Adriano Riesemberg, ao final da safra 2013/14 será possível apresentar um resultado consistente sobre o grau de incidência da lagarta em lavouras de grãos no Estado, eventuais prejuízos provocados por ela e eficiência de tratamentos aplicados.
Com a decisão do secretário Ortigara, essas lavouras monitoradas serão acompanhadas pelos responsáveis técnicos das cooperativas e a Fundação ABC, entidade de pesquisa de cooperativas vai se unir ao governo do Estado, com o apoio da Faep.
Notícias sobre a lagarta Helicoverpa armigera estão provocando pânico entre os produtores, admitiu Costa. Trata-se de uma espécie impossível de ser identificada a campo. No entanto o pesquisador da Embrapa Soja, Adeney de Freitas Bueno, afirma que para fins de manejo a identificação da espécie não é relevante, ou seja, o manejo recomendado para outras lagartas do grupo Heliothinae se aplica à espécie Helicoverpa armigera.
Ortigara e Inácio Kroetz acreditam que a ampliação do monitoramento técnico e o incentivo aos produtores para que adotem o manejo integrado de pragas, que inclui o acompanhamento da população de lagartas pela prática da "batida de pano" para avaliar a necessidade de aplicar os inseticidas autorizados, são as medidas indicadas e eficazes.
Kroetz admitiu que a praga preocupa, mas ressaltou que o produtor paranaense não tem razões para entrar em pânico. Ele insistiu que os agrotóxicos só devem ser aplicados quando existe um diagnóstico de que o número de lagartas na lavoura chega ao nível de dano econômico. Esse nível populacional pode não ser atingido se, por exemplo, o clima for prejudicial ao desenvolvimento das lagartas.