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Entre segunda e quarta

Oriónidas: observe a chuva de meteoros do rabo do cometa Halley

Luís Fernando Wiltemburg - Grupo Folha
19 out 2020 às 18:53

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- Pixabay
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Atenção, amantes da astronomia: este é o momento para observar os meteoritos do cometa Halley. A chuva de meteoros Oriónidas, que ocorre entre os dias 4 de outubro a 14 de novembro, tem seu pico entre as madrugadas desta segunda (19) e quarta-feira (21) e a posição de seu radiante (o "ponto de origem no céu”), as condições climáticas e até a fase da lua tornam o momento ideal para observação.


O nome Oriónidas – ou, também, Oriónidos - vem do radiante destes meteoros, que é a constelação de Órion, explica o coordenador do Gedal (Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina), Miguel Fernando Moreno. "Este é o ponto de referência. Se olhar, parece que estão vindo daquela constelação, que é fácil de reconhecer porque é onde estão as Três Marias”, explica. Mas ele alerta que, quanto maior o campo de visão, maior a possibilidade de ver os meteoros caindo.

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Além do ponto de referência para começar a observar, a fase da lua também ajuda. Isto porque, quanto menor a iluminação, mais fácil se torna a observação. "A lua é uma fonte de ‘poluição luminosa’. Na lua cheia, quase não conseguimos ver estrelas, devido à luminosidade. Como estamos saindo da lua nova, começando a crescente, ficamos toda a noite e madrugada sem ter a luz da lua para atrapalhar a observação”, explica o coordenador do Gedal.

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Ponto máximo

Embora a chuva de Orinónidas tenha começado no início de outubro, estamos nos aproximando do ponto máximo, quando há mais meteoros "caindo”. A compreensão desta dinâmica é facilitada quando compreendemos o que é uma chuva de meteoros – e o que eles são.
Os meteoros são fragmentos de cometas, pedras gigantes de "gelo sujo”, que se desprendem à medida que o cometa derrete. Isto forma a cauda do cometa. "É semelhante a um caminhão de terra desprotegida, que vai caindo do veículo e formando um rastro. Os cometas são a mesma coisa: à medida que fazem sua órbita, vão deixando a sujeira”, compara Moreno.

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Quando a órbita da Terra cruza a de um cometa, estes fragmentos acabam entrando na atmosfera. Com o atrito com o ar, eles se incineram e tomam a aparência de uma estrela caindo.


No rastro de Halley


Embora uma chuva de meteoros seja um fenômeno relativamente comum, as Oriónidas chamam a atenção porque sua origem está na órbita do cometa Halley. Por ano, a Terra cruza a órbita do cometa duas vezes. A primeira ocorre entre abril e maio, durante a chuva dos Eta Aquarídeos – o nome vem do radiante na constelação de Aquário.


Além do amplo campo de visão – por isso, a observação de meteoros não deve adotar equipamentos como lunetas, adequadas à observação de planetas e estrelas -, Moreno orienta a procurar o local mais escuro possível, entre as 3h e 4h, e evitar o uso de aparelhos celulares. "Os olhos têm de estar o mais acostumado possível à escuridão. As telas são emissoras de luminosidade e, mesmo na menor intensidade, atrapalham”, explica.

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