Paraná

MP quer a volta ao trabalho no HC de Curitiba

27 jul 2001 às 18:44

O Ministério Público Federal entrou com um processo na 11ª Vara Federal de Curitiba pedindo a retomada das atividades dos serviços essenciais do Hospital das Clínicas (HC), que é vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR). A solicitação foi motivada pela direção do hospital, em função da greve dos servidores técnico-admninistrativos da universidade, que já afetou os atendimentos do centro cirúrgico e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Até o início da noite, o processo não tinha sido julgado.

O pedido está sendo avaliado pela juíza Flávia Xavier da Silva e segue em regime de urgência. No processo, a procuradora dos Direitos do Cidadão, Antônia Lélia Krueger, também requereu que a direção do HC instaure sindicância contra os funcionários que se recusarem a voltar trabalhar.


Na mesma ação, foi solicitada que a Prefeitura de Curitiba (que é gestora municipal do serviço de saúde da Capital) encontre locais de atendimento, enquanto o serviço não retorne à normalidade.


A solicitação judicial aconteceu porque nos últimos dois dias o centro cirúrgico e a UTI funcionaram precariamente. "O que está se fazendo é uma chantagem contra a população", criticou o diretor geral do HC, Luiz Carlos Sobânia.


Somente nesta sexta-feira, sete de onze funcionários da UTI não comparecerem ao trabalho, alegando estarem doentes. Em função das faltas, cirurgias foram canceladas. Sobânia entende que parar estes setores faz parte de uma ação orquestrada pelo sindicato para inviabilizar o atendimento médico.


No entanto, Deoclésio Fernandes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Educação de 3º grau Público (Sindistest), considera que a direção do hospital está exagerando. "A paralisação é um direito do trabalhador e ninguém está fazendo chantagem", rebateu. Fernandes garantiu que os servidores do HC estão mantendo em funcionamento todos os serviços essenciais.

O sindicalista disse que os funcionários estão lutando pela reposição de 75,48% de perdas salariais dos últimos sete anos, a contratação de pessoal técnico-administrativo, autonomia com democracia na universidade, um plano único de carreira e salários, a revisão da Medida Provisória nº2.150/39 que prevê gratificação para todos os servidores com exceção dos aposentados, defesa dos hospitais universitários e fim das discussões sobre a contratação de funcionários no regime CLT.


Continue lendo