O Ministério Público do Paraná denunciou nesta quarta-feira (20) o
policial penal Jorge Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro
(PL) que assassinou a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda no dia 9
de julho, em Foz do Iguaçu. A vítima foi morta enquanto comemorava o
aniversário em uma festa temática do PT (Partido dos Trabalhadores). A
acusação foi apresentada à Justiça mesmo sem a conclusão de cinco laudos
periciais, como a análise do celular do assassino.
O evento aconteceu na Aresf (Associação Recreativa e Esportiva Saúde
Física). Imagens de câmeras de segurança mostram Guaranho chegando de
carro e gritando "aqui é Bolsonaro" e "mito". Ele estava acompanhado da
esposa e um bebê no banco de trás. O assassino apontou a arma pra Arruda
e a mulher dele.
Minutos depois, Guaranho volta à associação e desce do veículo
armado. Ele atirou quatro vezes, sendo que dois disparos acertaram o GM
petista. Arruda ainda revidou, mas morreu a caminho do hospital.
Baleado, o agora acusado também foi encaminhado a uma unidade de saúde,
onde permanece internado após ter tido alta da UTI (Unidade de Terapia
Intensiva) nesta quarta.
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Por mais de uma hora, os promotores
Tiago Lisboa Mendonça e Luís Marcelo Mafra Bernardes da Silva se
concentraram em explicar os principais pontos da confusão que terminou
em morte, desde a discussão entre Guaranho e Arruda até a troca de
tiros. A entrevista coletiva foi realizada na sede do MP de Foz do
Iguaçu.
Lisboa começou dizendo que "tem total conhecimento da
repercussão do caso" e que a denúncia levou em consideração "todas as
opiniões jurídicas emitidas", garantindo que "não deixou ser
influenciado por questões que extrapolam esse limite".
O promotor
explicou o porquê de ter oferecido a denúncia mesmo com os laudos ainda
não concluídos. "Temíamos que essa espera pudesse atrasar o processo e
causar um constrangimento ilegal ao acusado, que, mesmo hospitalizado,
teve a prisão preventiva decretada. As perícias, pelo menos neste
momento, não são imprescindíveis à apresentação da acusação, que pode
ser modificada ou não mais pra frente, dependendo dos resultados desses
exames", disse.
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