A Secretaria Estadual de Saúde ainda não foi informada oficialmente da decisão do Ministério da Saúde de suspender da venda de produtos a base de timerosal ou tiomersal (como o mertiolate e o mercurocromo). Até que isso aconteça, a comercialização do produto continua liberada no Estado. A medida foi publicada no Diário Oficial da União, mas segundo a secretaria, o acesso à notícia foi restrito.
A suspensão foi determinada pelo ministro José Serra sob alegação dos produtos terem se tornados ineficazes ao longo do tempo. De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), braço do Ministério da Saúde, exceto as vacinas, estão proibidos todos os produtos a base de mercúrio utilizados no Brasil. Os fabricantes terão dois meses para retirá-los do mercado.
O Conselho Regional de Farmácia do Paraná também não foi informado oficialmente da decisão. Mas conforme explicou o coordenador do Centro de Informação de Medicamentos do conselho, João Gilberto Pereira, no caso de proibição de uso de remédios, a Lei Estadual nº 13039, de janeiro de 2001, obriga os fabricantes a recolherem o medicamento e ainda dar crédito em outras marcas. O conselho aguarda notificação oficial do Ministério da Saúde.
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Para diretor-financeiro do Sindicato de Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Paraná (Sindfarma), Edenir Zandona Júnior, a proibição não é uma surpresa. "Existem outros produtos mais eficazes, como os produzidos a base de iodo", opina. Zandona salienta ainda que a medida não vai causar danos a população, já que os medicamentos podem ser substituídos.
Em Curitiba, as unidades da Secretaria Municipal de Saúde não utilizam mertiolate e produtos a base de timerosal há oito anos. Os medicamentos foram trocados pelo plovinilpirrolidona-iodo (PVIPI), que a secretaria garante que é mais eficaz, ao lado da água e sabão, para limpeza de ferimentos.