As forças policiais de Cascavel se depararam na noite desta terça-feira (4) com uma cena macabra nos fundos de uma residência no bairro Brasmadeira, periferia da cidade. Vizinhos incomodados com o mau cheiro acionaram a Polícia Militar que, ao chegar ao local, descobriu enterrado no quintal os corpos de um casal. A dona da casa, Eva Velho Fernandes, de 62 anos, foi presa em flagrante por ocultação de cadáver e acabou confessado que seria a autora de uma das mortes.
De acordo com informações repassadas pelo cartório que apura crimes contra a vida na 15ª Subdivisão Policial, Eva relatou em depoimento que havia conhecido o casal João e Célia dos Santos há cerca de 40 dias em um culto religioso. Ela teria decidido convidar os dois para morarem na garagem de sua casa porque residia sozinha e tinha problemas de saúde.
Eva alegou que João tinha muito ciúme de Célia e os dois discutiam com frequência. No dia 27 de março, depois de mais uma discussão, ele teria matado a companheira a facadas. Depois de consumar o homicídio, segundo o depoimento de Eva, ele teria ateado fogo ao corpo e enterrado os restos no quintal da idosa.
Após os fatos, Eva declarou à Polícia que o rapaz teria passado a ameaçá-la de morte caso o denunciasse. Dois dias após o crime, temendo ser morta, Eva confessou que acabou golpeando a cabeça de João com um machado, que teve morte instantânea. Após o crime, ela decidiu enterrar o corpo junto com o da mulher morta e também atear fogo. Depois, ainda teria jogado entulhos para tentar esconder os cadáveres.
Os corpos das duas vítimas, segundo a Polícia Civil, só foram localizados na noite desta terça-feira (4) em adiantado estado de decomposição. Após o achado, Eva confessou o crime e foi autuada por ocultação de cadáveres e homicídio qualificado.
As investigações continuam porque as autoridades policiais suspeitam que ela possa ser a autora dos dois crimes. O inquérito está sendo presidido pelo delegado-chefe da 15ª SDP, Amadeu Trevisan Araújo.
Eva morava sozinha e não tinha antecedentes criminais. A identificação dos corpos ainda é extra-oficial, pois até a tarde desta quarta-feira (5) ninguém havia comparecido ao Instituto Médico Legal (IML) de Cascavel para fazer o reconhecimento.
O crime teve enorme repercussão em Cascavel, que já registrou este ano 23 homicídios. As informações são da Folha de Londrina.