A Prefeitura de Maringá iniciou estudos para tentar obter créditos ambientais com o sequestro de gases como metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) produzidos pela decomposição do lixo. O projeto faz parte da recuperação da área atual do lixão municipal.
Se o estudo de viabilidade técnico-econômica for viável, a prefeitura deve implantar no lixão uma mini-usina de geração de energia elétrica. Uma empresa paulista realizará o estudo sem custos para o município.
Conforme a Secretaria Municipal do Meio-Ambiente, a proposta é considerada interessante do ponto de vista econômico e ambiental. Com mais de 1,5 milhão de metros cúbicos de lixo recebidos nos últimos 23 anos, o lixão emite gases que destróem a camada de ozônio. Se os gases forem captados antes de subir para a atmosfera, o município poderá obter a Certificação dos Créditos de Carbono, ou créditos ambientais, correspondentes ao gás metano.
O sequestro de carbono é uma das medidas previstas no Protocolo de Kioto para reduzir a emissão de resíduos atmosféricos poluentes. O mercado internacional negocia atualmente o crédito de carbono entre US$ 4 e US$ 5 a tonelada.
''Se ficar constatado a viabilidade técnico-econômica do lixão para este fim, será possível recuperar a área sem custos públicos, economizar energia e ainda obter lucro'', analisa o secretário José Eudes Januário. Neste caso, a prefeitura abriria licitação pública para escolher a empresa especializada para implantar e gerir o projeto.
Numa análise prévia, os técnicos estimam que o lixão pode gerar até US$ 3 milhões em créditos ambientais num período de 10 anos. Se for viável a implantação de uma mini-usina, a geração de eletricidade a partir do metano também ajudaria a reduzir parte das despesas municipais com iluminação.
Existe ainda a possibilidade de captar e inutilizar os gases por meio da queima. Neste caso, o lixão poderá ser recuperado e, em vez de mini-usina, ser ocupado por um parque de lazer, a exemplo de países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Alemanha. Segundo Januário, se esta alternativa for colocada em prática, o município precisará desembolsar mais de R$ 1 milhão para recuperar a área do lixão.