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Abril Azul

Major do Corpo de Bombeiros apresenta manual de atendimento a pessoas autistas

Redação Bonde com AEN
25 abr 2024 às 16:57

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- CBMPR/AEN
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O major Murilo Sinque de Paula, do 3° Comando Regional de Bombeiro Militar do Paraná, expôs a obra "Manual de Atendimento a Emergência a Pessoas no Espectro Autista" , nesta quarta-feira (24), em uma apresentação voltada para o Abril Azul - mês da conscientização sobre o autismo. O evento foi promovido pelo CBMPR (Corpo de Bombeiros Militar do Paraná) e realizado no quartel do Comando-Geral em Curitiba. 


O objetivo da publicação é ser um guia prático e teórico para profissionais de segurança pública, educadores, familiares e demais interessados no tema. “Ele visa garantir um atendimento técnico humanizado às pessoas autistas em situação de emergência”, reforçou o autor. 

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O major, que é autista e tem um filho neurodivergente, uniu em sua obra a combinação dos conhecimentos adquiridos como profisisonal de resgate, pesquisas acadêmicas e, principalmente, sua experiência pessoal. 

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“O livro é enriquecido pelas minhas experiências pessoais e acadêmicas, e traz um conteúdo que combina teoria e prática, oferecendo estratégias de comunicação e abordagens adaptadas às necessidades das pessoas autistas em momentos de crise”, comentou o oficial.

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“A ideia é mostrar, pelos olhos da pessoa autista, o que as autoridades de segurança pública podem fazer para evitar equívocos no atendimento. Mostrar que reação essa pessoa autista pode ter e como mitigar a situação para que ela não escale a ponto de virar uma crise ainda maior”, explicou o major Sinque, que se descobriu autista depois de pesquisar o tema para compreender melhor a situação do filho, diagnosticado quando tinha um ano e oito meses. Hoje, o Mateo tem quatro anos e meio.


Previsto para ter sua versão física lançada em maio, o manual, escrito em texto didático e de fácil entendimento, atualmente está disponível de modo virtual para todos os bombeiros que se interessarem e também terá versões físicas distribuídas para utilização nas unidades da instituição. 

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A obra está em vias de se tornar um curso de ensino a distância com videoaulas, com duração aproximada de seis horas no total. Este curso, que está em fase final de desenvolvimento, visa capacitar profissionais de segurança pública em todo o País. O objetivo é proporcionar um atendimento mais inclusivo e seguro aos cidadãos.


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Conscientização

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Um dos pioneiros na discussão do tema dentro do CBMPR, o tenente-coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, pai de uma jovem de 17 anos no espectro autista, destacou durante o evento a importância dessa iniciativa. 


“É uma grande evolução. Coloca o Paraná e o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná à frente no cenário nacional. Não só no atendimento às pessoas autistas. Estamos tratando aqui do autismo, mas não esquecemos quem tem deficiências como a auditiva, visual ou intelectual, por exemplo”, comentou.

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Ele destacou ainda que esse processo de atendimento humanizado e inclusivo ganhou novo impulso institucionalmente em 2022, com uma instrução normativa técnica sobre o tema – definindo procedimentos de conduta em ocorrências envolvendo autistas –, seguida pela revisão de uma portaria que possibilita a redução da carga horária para quem tem filhos com transtorno do espectro autista (TEA). “Hoje estamos em um trabalho forte de conscientização, preparação e proteção, tanto do público externo, como do público interno, quando a gente fala em PCDs”, acrescentou.


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Quem também enalteceu a oportunidade de se aprofundar um pouco mais sobre o tema foi a 3º sargento Juliana Franceschi Forbeci. “É importante porque às vezes, na hora da ocorrência, você se depara com a situação e tem dúvidas de como agir. A gente fica com medo de fazer algo errado. Treinamentos como este nos ajudam a ter melhor noção para atuar nesses casos”, disse.


Ela viveu recentemente uma experiência envolvendo um homem neurodivergente. Um autista em crise se feriu após ser contido enquanto ameaçava uma mulher. Coube à bombeira o atendimento inicial, transcorrido com sucesso. 


“A partir do momento que eu vi o crachazinho, percebemos que não era um caso rotineiro, que já era uma ocorrência especial”, explicou ela, que adotou o comportamento indicado para lidar com a vítima autista: falar com calma e explicar passo a passo o atendimento, evitando ao máximo o contato.


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