O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou que o julgamento dos réus Ricardo Seidi e Terezinha de Jesus Guinaia, pai e avó paterna de Eduarda Shigematsu, seja realizado fora da cidade de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina).
O pedido de desaforamento foi protocolado pela defesa de Seidi, que alegou que o caso foi de “grande comoção”, o que poderia comprometer a imparcialidade dos jurados. O TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) deve definir um novo local para que o julgamento seja realizado.
Douglas Rocha, um dos advogados de Ricardo Seidi, afirma que a decisão já era esperada e que a mudança de local vai garantir um julgamento “mais justo e imparcial para o acusado”. Segundo ele, o pedido é que o julgamento seja realizado fora das regiões Norte e Noroeste, mas ressaltou que a decisão do STJ não traz orientações específicas sobre isso.
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Rocha diz acreditar na possibilidade de que o julgamento seja feito em Curitiba. Após o TJ-PR designar o local, o juiz da comarca é que vai definir a data para o julgamento dos réus.
De acordo com o advogado, o caso teve uma “grande comoção em toda a região, assim como cada passo da movimentação processual foi divulgada pela imprensa de diversas cidades, tanto no entorno de Rolândia quanto de municípios mais distantes”.
Ele acrescenta que a casa de Seidi foi invadida e depredada. “No pedido feito pela defesa constam prints de ameaças no Facebook direcionadas não apenas aos réus, mas também aos advogados”, justifica.
Alega ainda que a defesa conseguiu comprovar que parte das ofensas foi feita por pessoas que estavam na lista de possíveis jurados do caso. “Já existia ali uma parcialidade prévia, ou seja, existia a possibilidade do corpo de jurados não ser imparcial [durante o julgamento dos réus]”, acrescenta. Rocha diz ainda que espera que o julgamento seja realizado o mais rápido possível, já que Seidi permanece preso na unidade 1 da PEL (Penitenciária Estadual de Londrina). Já Guinaia responde ao processo em liberdade.
Hugo Esteves, assistente de acusação que representa a mãe da vítima, Jéssica Pires de Souza, afirma que não vai entrar com pedido de recurso “para não adiar ainda mais essa discussão”. Segundo ele, o local onde será realizado o julgamento é indiferente para a acusação.
Apesar da decisão de não entrar com recurso, Esteves diz não acreditar na possibilidade de interferência no julgamento ou de qualquer tipo de risco aos réus.
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