Paraná

Incêndio florestal mais destrutivo do Brasil ocorreu no Paraná há 60 anos

15 ago 2023 às 11:04

Fogo em florestas não é um fenômeno raro. E quando ocorre, costuma deixar um rastro de destruição. A região de Maui, no Havaí, já registrou cerca de cem mortes por conta de um grande incêndio que aflige a população local; nas últimas semanas, a Grécia vem sendo atingida pelo fogo que já queimou uma área superior a 50 mil hectares.


O incêndio florestal mais destrutivo do Brasil - e um dos mais graves do mundo - ocorreu no Paraná há 60 anos. Concentrado entre agosto e setembro de 1963, as chamas atingiram 2 milhões de hectares, cerca de 10% do território da época, deixaram mais de 5 mil desabrigados e vitimaram 110 pessoas.


Com a impossibilidade de controlar as chamas, o governo estadual decretou calamidade pública ainda em agosto, e um sem-número de pessoas foram mobilizadas para atuar no Paraná, inclusive com ajuda internacional.


A professora Marcia Filipak, 73, lembra como se fosse hoje da falta de chuva, das geadas constantes em junho e julho, e do início do incêndio incontrolável que mudou para sempre a história paranaense.


Nascida em São Paulo, ela passou a maior parte da vida no Paraná, e hoje reside em Jaboticabal (SP). “Lembro-me das pessoas comentando que todo aquele vermelhão no céu era o fim do mundo. Realmente o céu adquiriu uma cor alaranjada e causava medo”, aponta.


Filipak conta que seu pai, José Bernardes Martins, que à época trabalhava com venda de implementos agrícolas, fazia muitas viagens pelas regiões de Castro, Piraí do Sul, Guarapuava, Ponta Grossa e por municípios do Norte do Paraná.


“Numa viagem a Guarapuava fui junto com ele e tenho recordação de quando voltávamos, em alguns pontos havia fogo nas margens da estrada. Meu pai dirigia um Jeep com capota de lona. Fiquei apavorada achando que o Jeep poderia ser atingido pelo fogo”, lembra a professora, pontuando que aqueles foram dias difíceis. “Ficávamos sabendo das lavouras totalmente destruídas, das pessoas que perderam suas moradias e daqueles que perderam suas vidas.”


O pai de Filipak tinha o costume de manter um diário, anotando as atividades da empresa e do cotidiano dele. Em uma passagem, ele diz que não pôde ir a um determinado lugar “porque a região estava coberta de fogo”.


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