A desapropriação de 78 áreas no Paraná consideradas regiões de conflitos agrários foi um dos principais assuntos discutidos nesta quarta (14) entre representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
"Estas áreas seriam suficientes para assentar 7 mil famílias em todo o estado, número superior à demanda que é de cerca de 5 mil famílias", disse um dos coordenadores do MST no Paraná, José Damasceno. "Até o final da manhã conseguimos discutir 30% de nossa pauta de reivindicações, esperamos ter resultados satisfatórios até o final do dia, com algumas áreas encaminhadas para uma solução já que muitas possuem laudo do próprio Incra de improdutividade e estão travadas por questões muitas vezes burocráticas, políticas", afirmou.
Desde ontem (13), 800 integrantes do MST de diversos municípios paranaenses estão em Curitiba participando da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Eles permanecem na cidade até amanhã (15) em negociações com o Incra , Banco do Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e secretarias estaduais.
O MST reivindica também infraestrutura para os assentamentos, crédito habitacional e renegociação de dívidas.
O superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, disse que a autarquia vai se dedicar para atender as solicitações. Segundo ele, o Incra deve vistoriar cerca de 35 mil hectares em aproximadamente 90 imóveis este ano para obtenção de áreas para a reforma agrária. Para 2010, a meta é assentar 1.080 famílias.
O superintendente destacou ainda o investimento de R$ 2,7 milhões para o desenvolvimento sustentável de assentamentos (o que deve atender 390 famílias) e o de R$ 4,1 milhões para implantação e recuperação de infraestrutura de projetos de assentamento para 181 famílias.
Entre as ações constam ainda projetos na área de assistência técnica e educação no campo e recuperação ambiental.