A Polícia Civil de Santa Mariana e de Cornélio Procópio, ambas cidades do Norte Pioneiro, estão investigando o caso de um formando do curso de geografia da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná), em Cornélio, suspeito de desviar o dinheiro arrecadado para pagar a festa de formatura da turma, que estava marcada para o dia 13 de abril.
Um dia antes da festa, a empresa de Bandeirantes (Norte Pioneiro) contratada para organizar a celebração ligou avisando do cancelamento, já que o pagamento, um valor aproximado de R$ 35 mil, não teria sido realizado.
Segundo informações do delegado de Santa Mariana, Matheus Prado Amuy Rodrigues, algumas vítimas registraram boletins de ocorrências e o caso chegou à Polícia Civil. O suspeito, um dos formandos, 33 anos, foi interrogado pela polícia. Ele era o presidente da comissão e recebia o dinheiro dos outros formandos em sua conta corrente.
"O suspeito afirmou que outros membros da comissão não tiveram tempo para abrir uma conta bancária e ele foi o único que se disponibilizou a receber o dinheiro em 2016, quando a comissão foi estabelecida", afirmou.
"Houve um acordo entre os formandos e os depósitos eram feitos em sua conta pessoal, na qual ele também recebia seu salário e outros rendimentos. Ele alegou que confundiu o dinheiro que recebia em suas remunerações com o valor depositado pelos colegas de classe e acabou gastando o montante mês a mês", complementou o delegado.
Ao delegado, o suspeito também declarou que está tentando fazer um empréstimo bancário para restituir as vítimas, mas que, por conta da repercussão do caso em Santa Mariana, não está tendo sucesso.
Em entrevista ao Portal Bonde, uma das vítimas - que preferiu não ser identificada - disse que a turma não suspeitava que o dinheiro da festa estava sendo gasto indevidamente. Até a colação de grau, em fevereiro deste ano, a expectativa era da realização da festa de formatura.
"Ninguém desconfiava de nada, porque confiávamos nele, que tinha um bom convívio com os outros alunos. Mas agora, depois do ocorrido, supomos que as diversas viagens que ele fez durante este período foram feitas as nossas custas", acusa.
"É triste, porque arrecadamos o dinheiro vendendo pão de queijo, bolo e fazendo rifas. Éramos apenas em 12 formandos, então foi difícil encontrar uma empresa que aceitasse organizar a festa", completou.
Segundo essa vítima, o suspeito, em princípio, alegou que tinha gasto o dinheiro em um tratamento de saúde para um familiar, mas depois teria confessado que isso não era verdade. O dinheiro dos convites extras para a festa foi devolvido, entretanto ainda resta uma grande quantia a ser restituída.
"Além do valor da festa em si, teve o dinheiro que alguns formandos gastaram com aluguel de ternos, vestidos e toda preparação para a formatura. Até ônibus tinham sido fretados para trazer familiares e amigos. Fora o prejuízo financeiro, tem a tristeza de ter o grande dia, que todo estudante sonha, completamente estragado", lamentou a vítima.
Um inquérito deve ser instaurado pela Polícia Civil de Cornélio de Procópio e o crime será configurado como apropriação indébita, já que o suspeito disse que não tinha a intenção de gastar o montante recebido e foi apenas uma má gestão dos recursos. A pena para este crime é de um a quatro anos de reclusão, podendo ser agravada uma vez que o suspeito continuou a receber e gastar o dinheiro.
*Sob supervisão do editor on-line, Rafael Fantin