Uma fazenda do município de Tamarana (Região Metropolitana de Londrina) foi ocupada por um grupo de indígenas nesta quinta-feira (28). A PM (Polícia Militar) acompanhou a movimentação nas terras durante a tarde e relatou que são cerca de 300 indígenas no local por conta de um “litígio antigo sobre a posse dessa fazenda”.
O tenente-coronel Marcos Tordoro, comandante do 5° Batalhão da PM, em Londrina, esteve no local e manteve contato com as lideranças para que o patrimônio e as famílias fossem respeitadas. “Existe a possibilidade que fiquem o dia de amanhã (sexta-feira, 29) e outros dias, até porque a Funai, através do seu representante, não esteve no dia de hoje em contato com o povo indígena”, diz Tordoro, citando que conversou com uma pessoa da Funai, que disse que iria tomar as providências necessárias para encontrar uma solução.
“Em linhas gerais, a orientação que eu repassei é para que façamos tudo no diálogo e mantenhamos a calma e a tranquilidade no local, que é o que está reinando nesse momento”, completou.
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O orientador da comunidade Apucaraninha, Aparecido Pju Marcolino, disse que os indígenas estão reivindicando as terras “em cima do que já saiu [de demarcação], do que está registrado”. “Queremos o que está registrado. Só faltam 11 quilômetros para fechar”.
Segundo Marcolino, ainda em 2017, a Justiça deu 90 dias para que os indígenas ficassem nas terras, mas já se passaram seis anos sem que esse imbróglio seja resolvido. “Hoje estamos aqui novamente para ver como eles [Funai] podem fazer”, disse, acrescentando que o grupo deve permanecer no local “quantos dias for preciso”.
O proprietário do imóvel, Eucler de Alcântara Ferreira, relatou à FOLHA que não sabe qual é a motivação para a entrada dos indígenas na fazenda, mas que “eles estão reivindicando terra”. “Eu não sei o tamanho da área que eles estão reivindicando, porque a nossa área tem uma extensão, mas são várias propriedades. Temos vários sítios em volta e tem outros produtores que estão no meio da fazenda, que não são minha propriedade”, explicou, dizendo que a titularidade da fazenda já tem 50 anos.
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