Paraná

Família de menino de 2 anos de Jacarezinho promove campanha em prol de transplante de células-tronco

01 ago 2023 às 14:05

Wesler Silva, de dois anos e cinco meses, que é de Jacarezinho (Norte Pioneiro), nasceu com problemas na formação da coluna vertebral e medula espinhal. Com menos de um mês de vida, precisou fazer quatro cirurgias. Além de tratamento, ele precisa de ajuda de uma cadeira especial para se locomover. 


Atualmente, a família está em campanha para conseguir arrecadar recursos para que ele faça um transplante de células-tronco no Paraguai com custo estimado em R$ 80 mil que precisa ser feito antes de ele completar três anos. 


Segundo a mãe dele, Karina, em cerca de um mês de campanha, foram arrecadados R$ 4 mil. "Nós não sabíamos quanto tempo poderia levar (para arrecadar a quantia necessária), por isso resolvemos fazer já, porque pode levar muito tempo. Caso conseguirmos arrecadar antes, ele já pode fazer o transplante. Eu estou tentando de tudo mesmo". Para atingir a quantia necessária, além do dinheiro, a família aceita doação de itens que possam ser leiloados ou possam ser vendidos em rifas.


Somente após o nascimento de Wesler é que ele foi diagnosticado com mielomeningocele, hidrocefalia, bexiga neurogênica e pés tortos congênitos.


Mielomeningocele, segundo informações do hospital Israelita Albert Einstein, "é um defeito da coluna vertebral e da medula espinhal que acontece nas primeiras semanas de gestação. A coluna vertebral, a medula espinhal e o canal da medula não se formam normalmente. (...) Os sintomas estão relacionados à lesão das estruturas da medula, e se manifestam como alteração da sensibilidade, dos movimentos e do funcionamento da bexiga e do intestino". No caso de Wesler, a condição atinge a espinha bífida, bem próximo às nádegas.


A hidrocefalia acontece "quando há dificuldade na circulação de líquor no sistema nervoso, (...) e pode se acumular nas partes do cérebro chamadas ventrículos", diz o Einstein.


Bexiga neurogênica, na descrição do Centro Brasileiro de Urologia, "é a incapacidade de controlar o ato de urinar devido a uma disfunção na bexiga ou esfíncter urinário".


Com o transplante, Wesler poderá ter mais qualidade de vida. Karina relata que ouviu falar sobre o tratamento, pesquisou sobre o tema com especialistas e conheceu uma família que também passou pelo procedimento para então eles decidirem ir atrás deste tipo de operação, que não é feito no Brasil. 


Rotina e tratamento


O dia a dia do Wesler é um pouco cansativo mas muito prazeroso, relata a mãe. "Eu posso afirmar que ele acorda todos os dias com um grande sorriso no rosto, pronto para encara. Nós vamos à fisioterapia todas as segundas, quartas e sextas. No tempo livre, sempre estamos brincando, fazendo exercícios. O Wesler entrou recentemente para a escolinha, fica das 13h até às 16h30, horário que se encaixa na rotina dele, pois eu preciso passar a sonda quando ele precisa"


A rotina de tratamento do menino inclui passar sonda de alívio quatro vezes ao dia, fisioterapia em Jataizinho, e especialistas médicos em Londrina (ortopedista, nefrologista, neurologista, urologista), bem como exames no HC (Hospital de Clínicas) e HU (Hospital Universitário). Em breve, vai precisar ir para Curitiba para se consultar com nefrologista. "É cansativo. Mais tudo por ele".


Como precisa acompanhar todos os tratamentos do filho, Karina não consegue trabalhar. O marido também está desempregado, mas faz trabalhos temporários para ajudar nas despesas de casa. Eles têm direito ao BPC (Benefício de Prestação Continuada). "Mas infelizmente não nos sobra nada, pois moro de aluguel e tenho também gastos com o Wesler".


Pelas redes sociais, nos perfis do Instagram @karina_beh e @wesler_p0, a família relata toda a história e a trajetória do Wesler.


"O Wesler é uma criança extremamente incrível, amoroso, não me dá um pingo de trabalho diante de tudo que já passou. É sorridente, brincalhão; é uma criança com a personalidade feliz e posso enxergar nele até mesmo um pouco de otimismo, acredita que tudo vai dar certo", descreve Karina.


"Eu queria pedir não como a Karina, mas como a mãe do pequeno Wesler: nos ajude, seja contribuindo, compartilhando a história dele... Nos ajude a proporcionar uma vida melhor para ele. Vocês são a base pra que possamos bater a meta da campanha, sejam luz em nossas vidas. E eu agradeço imensamente a cada um que está abraçando essa causa, que já nos ajudou e a vocês que irão nos ajudar de alguma forma", diz a mãe de Wesler. 


"Quero mesmo que possam conhecer e ouvir a história do Wesler, para que não tenham dúvidas, que tenham a certeza que isso é por uma causa muito maior. Mas tenho muita fé, que corações serão alcançados e irão se comover ao conhecer a história do meu filho".


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