A Polícia Federal e o Exército iniciaram a desocupação gradativa do trecho da Estrada do Colono que corta o Parque Nacional do Iguaçu. Hoje (19/06), perto de 100 homens deixaram o acampamento montado em Serranópolis (85 quilômetros a leste de Foz do Iguaçu). O caminho foi fechado na quarta-feira passada. A saída foi determinada após o término da destruição do percurso que passa dentro da reserva florestal.
O delegado Antonio Borges Filho, do Comando de Operações Táticas (COT), da Polícia Federal, salientou que entre 10 e 50 policiais permanecerão em frente ao acesso do caminho para impedir invasão pelos moradores vizinhos. Ele antecipou que deve ser construído um alojamento com infra-estrutura para os policiais. O local ainda não está definido. "Eles ficarão patrulhando a estrada", disse o delegado.
Esse grupo permanecerá em Serranópolis até que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) termine o plantio das 20 mil mudas de árvores nativas. O reflorestamento foi interrompido nesta semana, porém deve ser retomado na segunda-feira. A direção do Parque Nacional do Iguaçu já reuniu 50 voluntários para fazer o trabalho de recuperação da flora.
Também está prevista a construção de um muro simbólico na entrada do caminho. A obra, prevista para começar nesta quarta-feira dificilmente impedirá a entrada dos moradores. O comandante da operação, entretanto, não mencionou as dimensões da barreira. "Quem destruir o muro, pode ser processado por danificar um patrimônio público", resumiu Borges Filho.
A Estrada do Colono corta em 17,6 quilômetros o Parque Nacional do Iguaçu e estava aberta ilegamente desde 1997. As populações de Serranópolis (Oeste) e Capanema (Sudoeste) argumentam que ela é fundamental para suas economia por encurtar em 120 quilômetros a distância entre elas. Ambientalistas sustentam que o caminho prejudica o ecossistema da reserva, além de ameaçar a vida dos animais que cruzam o trajeto.