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Estrela do litoral paranaense, Ilha do Mel tem programas para todos os gostos

Murilo Bomfim - Folhapress
26 dez 2024 às 20:00

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- José Fernando Ogura/AEN
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O Paraná parece ter levado a sério a máxima de que nos menores frascos estão os melhores perfumes. Com o segundo menor litoral do Brasil, perdendo apenas para o Piauí (66 km), os 98 km da costa paranaense guardam uma preciosidade: a Ilha do Mel. As diversas praias, o acesso facilitado e a não-circulação de veículos fazem do local, parte do município de Paranaguá, um refúgio sem igual na região.

A ilha é marcada pela variedade, a começar pelas teorias que tentam explicar seu nome. O local já foi conhecido como Ilha do Almirante Mehl, uma referência a um militar que frequentava o local e que, curiosamente, se dedicava à apicultura. Em uma versão mais decolonial, a apicultura é tida como atividade antiga na ilha, atribuída aos indígenas carijós.

Há, ainda, quem diga que a água salgada, quando em contato com os rios de lá, ganha cor dourada, próxima à do mel. Seja qual for a história verdadeira, o que realmente importa por lá são as praias. Esse, aliás, é outro ponto em que a ilha mostra a sua diversidade: são mais de 30 opções com estilos diferentes, variando de acordo com a geografia local.

Basicamente, a Ilha do Mel pode ser dividida de duas formas. Considerando a direção leste-oeste, a parte oeste é a porção interna. Fica de frente para o continente e tem praias formadas pelas águas da baía de Paranaguá. É por lá que se chega, desembarcando nos vilarejos de Encantadas ou Nova Brasília, onde se concentra a maior parte das pousadas, restaurantes e outros serviços.

Por serem banhadas pela baía, as praias desse lado costumam ter mar menos agitado, sendo ideais para quem viaja com crianças. É o caso da própria praia de Encantadas –a mais movimentada da ilha. De lá, uma trilha curta, de cerca de 15 minutos, leva à bela gruta de Encantadas, um dos pontos turísticos do local. A dica é ir cedo, enquanto a maré está baixa: assim dá para entrar mais profundamente na gruta e observar os detalhes da formação.

O lado oeste é a porção externa, com praias banhadas pelo Atlântico e que, por isso, têm águas mais agitadas. Por lá, ficam duas das praias preferidas pelos turistas. Para os entusiastas do surfe, a pedida é a praia de Fora. Quem quer sossego costuma optar pela praia do Farol: ampla, com boa faixa de areia e sem tantas ondas, é boa para nadar, correr, caminhar e, principalmente, descansar. Esse lado da ilha, no entanto, tem menos estrutura, então é indicado levar alimentos e bebidas para consumir ao longo do dia.

A outra forma de dividir a ilha é pela direção norte-sul. O mapa de Ilha do Mel lembra uma ampulheta: com as porções norte e sul conectadas por um istmo.

O sul é menor, mais habitado e concentra as praias citadas até aqui. O norte, pelo contrário, é maior, tem regiões menos habitadas e praias mais afastadas.

É lá que se encontra a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, um dos principais pontos turísticos da ilha. Construída no século 18, a edificação protegia a vila de Paranaguá e foi usada em eventos históricos importantes, como a Guerra dos Farrapos. Tombada em 1938, tem visitação aberta aos turistas, que podem acessá-la de bicicleta, pela praia, por trilha ou por meio de passeios de barco. No local, um mirante rende uma bela vista. E, é claro, uma visita à praia da Fortaleza.

O istmo (chamado de passa-passa pelos locais) é um charme à parte. Fica pertinho do trapiche de Nova Brasília, bastante acessível a quem desembarca por lá. Menos de 100 metros separam duas orlas, que ficam frente a frente: de um lado, a baía de Paranaguá, do outro, o Atlântico.

O local também é passagem para diversas atrações da ilha, podendo ser facilmente conciliado com outros passeios. Como não há carros na ilha, os deslocamentos devem ser feitos por caminhadas, de bicicleta (disponíveis para locação) ou de barco. A variedade da ilha também se estende às possibilidades de acesso. Os aeroportos mais próximos do local são os de Curitiba (85 km) e Joinville (130 km). Partindo dessas cidades, é preciso chegar a Paranaguá ou a Pontal do Sul –os dois municípios com terminal de embarque para ilha.

A travessia de Pontal do Sul é mais rápida (leva cerca de 30 minutos) e tem mais opções de horários ao longo do dia. A viagem a partir de Paranaguá leva quase duas horas e tem apenas uma saída por dia, mas o caminho tem muito mais bossa: no trajeto, navega-se pelo rio Itiberê passando por outras ilhas da região, até a chegada à baía de Paranaguá, de onde já se avista o destino final.

Além disso, para quem sai de Curitiba, embarcar em Paranaguá pode adicionar mais um passeio à viagem. Isso porque é possível fazer um passeio de trem da capital paranaense até a cidade de Morretes, observando as paisagens da serra do Mar. E, uma vez em Morretes, basta pegar um ônibus ou mesmo um carro de aplicativo para chegar a Paranaguá.

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