Dois homens estão presos em Curitiba por roubarem um processo (subtração de autos) da Promotoria de Justiça da 11ª Vara Criminal. Marcus Vinícius de Mello é funcionário do Tribunal de Justiça e Ayrton Ferreira Précoma é vítima no processo.
Segundo informações da Promotoria de Inquéritos Policiais (PIP), Précoma teria oferecido R$ 10 mil para Marcus roubar os autos. Com isso, segundo declarou depois de preso, ele incriminaria os réus do processo, um caso de estelionato, aberto em 2000.
No dia 3 de outubro, Marcus foi até a 11ª Vara Criminal. Ele já havia trabalhado lá (hoje é servidor na 2ª Vara de Delitos de Trânsito) e não teve dificuldade para entrar e pegar os autos. Toda a ação, porém, foi filmada pelas câmeras de segurança.
Na quarta-feira (8), o juiz da Central de Inquéritos, Marcelo Ferreira, acatou pedido de prisão preventiva do funcionário do TJ, além de mandado de busca e apreensão na casa e no local de trabalho de Marcus. Depois de preso, ele contou à Polícia que havia sido contratado por Précoma, que foi detido em seguida.
Os autos foram encontrados na casa de um parente de Précoma, em São José dos Pinhais. Ele está preso no Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) e o servidor, na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran). O crime de subtração de autos contra a Administração da Justiça é passível de pena de dois a cinco anos de prisão. Pelo crime de corrupção, a punição varia de um a oito anos de reclusão.
Marcus trabalhava no TJ há 26 anos. Précoma já esteve preso em Curitiba em 1997, por envolvimento em corrupção de menores (Delegacia do Adolescente) e por tentativa de homicídio em 1993, (6º Distrito Policial da capital e 4ª Vara Criminal). Também já teve passagem policial por roubo, em 1984, junto à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos e 11ª Vara Criminal, por tráfico de drogas, em 1988, em Guarulhos (SP), e respondeu por calúnia, em 1992, perante a 4ª Vara Criminal.