Paraná

Deputado alerta para eventual conflito por terras

04 nov 2009 às 21:24

O deputado estadual Fernando Scanavaca (PDT) alertou nesta quarta-feira (4), em discurso na Assembléia Legislativa, sobre a eventual ocorrência de conflitos na região Noroeste, onde os agricultores – sobretudo pequenos e médios – passam por situação em face de problema comparável ao que deu origem à disputa entre índios e produtores rurais na região Raposa Serra do Sol, em Roraima.

"As lideranças de Umuarama e Ivaté estão em alerta porque consideram absurda a idéia aventada de que uma área de 12.433 hectares seria demarcada para apenas seis índios originais e oitenta remanescentes, contra os legítimos direitos de quinhentas famílias de produtores que atuam em 172 propriedades rurais, abrangendo diretamente cerca de duas mil pessoas", relatou o parlamentar.


A Câmara dos Deputados realizou, há poucos dias, audiência pública para discutir a demarcação das terras indígenas Xetá, em Umuarama e Ivaté, contando com a presença de deputados federais e cerca de 50 produtores rurais, quando o presidente da FUNAI, Marcio Meira (PDT), prestou esclarecimentos sobre as ações e propostas do órgão na região. Também estiveram presentes os prefeitos de Umuarama, Moacir Silva, e de Ivaté, Sidinei Delai, além de inúmeras outras autoridades como os deputados federais Osmar Serraglio e Moacir Micheletto, ambos do PMDB.


"A pretexto de proteger uns, vocês estão desprotegendo outros e isso é ilógico no Direito", alertou o deputado Serraglio, dirigindo-se ao presidente da FUNAI.


"Eu afirmo com toda propriedade que esse laudo antropológico é mentiroso, não condiz com a verdade", disse o deputado Micheletto, fazendo referência ao relatório inicial apresentado pela antropóloga Carmen Lúcia.


Fernando Scanavaca ressaltou que há muita apreensão e intranqüilidade na área, diante da possibilidade dessas famílias perderem o direito de ali viverem, trabalhar e progredir.

"Já não é pequeno o estrago causado com a repercussão do problema, reduzindo o valor das propriedades e, o que é pior, sem compradores interessados em investir na região, além de todo o drama psicológico causado às famílias e na sociedade diante do risco de presenciarmos conflitos em solo paranaense", protestou ele.


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