Os delegados da Polícia Federal que prestaram depoimento nesta quinta à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados divergiram sobre o caso Banestado.
As discordâncias aconteceram nos depoimentos do delegado José Castilho Neto e Antônio Carvalho que foram à Câmara falar sobre o envolvimento de empresários e político na remessa ilegal de cerca de US$ 30 bilhões enviada ao exterior por intermédio do Banestado. A investigação revelou que, entre 1996 e 1999, os US$ 30 bilhões passaram pela agência do banco nos Estados Unidos com destino a paraísos fiscais, o que caracterizaria crimes de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Segundo Castilho Neto, o dinheiro foi enviado, de Foz do Iguaçu, por políticos e grandes empresários para uma agência do Banestado em Nova York. As contas bancárias teriam sido abertas por chamados "laranjas".
Antônio Carvalho contestou as declarações. De acordo com ele, o valor de US$ 30 bilhões está errado e boa parte dos envolvidos no esquema não são políticos e empresários, mas doleiros. Ele disse também que as provas são insuficientes para incriminar alguém.
O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), afirmou que ambos corroboram um rombo, "que tem de ser investigado até o fim, mesmo que por meios distintos".
A Comissão de Segurança reiterou o interesse em instalar a CPI para investigar o caso. Falta a indicação do PP, PC do B e PDT. O governo não apóia a criação da CPI porque ela poderia prejudicar a discussão das reformas.