A Justiça define este mês a data para o julgamento dos quatro acusados de terem executado com tiros de espingarda e degolado um casal de sem-terra e duas crianças em abril deste ano. O crime teria acontecido no final da tarde do dia 11 de abril, em Rio Bonito do Iguaçu, 185 quilômetros de Cascavel. A Polícia Civil de Laranjeiras do Sul foi a responsável pelas primeiras investigações. O casal (Aldenir Almeida de Souza, 34 anos e Noeni Marcanssoni, 24 anos) fazia parte das 36 famílias excedentes dos assentamentos de Marcos Freire e Ireno Alves dos Santos e aguardavam assentamento pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O Ministério Público, com base nas investigações preliminares, denunciou quatro pessoas, supostamente envolvidas na chacina. O ex-policial civil Ilgo Batista de Oliveira, o advogado Luiz Otávio Paiva e o fazendeiro Luiz Vailaite foram acusados de serem os mandantes do crime. Eles estão presos e à disposição da Justiça. Rosenir da Luz Borges, que era foragido da Cadeia Pública de Laranjeiras do Sul, é acusado de ser o autor dos disparos. "Todos estão presos porque apresentamos muitas provas que indicam que o crime ocorreu por vingança", contou a promotora Fernanda Garcez, autora da denúncia.
De acordo com os autos do Ministério Público, os sem-terra eram as principais testemunhas contra o advogado e o ex-policial num processo que estava tramitando no Fórum de Laranjeiras do Sul. Os dois estavam sendo acusados de prevaricação e corrupção passiva.
Os filhos do casal que foram assassinados na chacina foram Roni Anderson (3) e Paulo Antônio (5).