Os distritos de Curitiba podem ser alvo de uma vistoria da Comissão Nacional dos Direitos Humanos da Câmara, a Pastoral Carcerária e o Ministério Público do Paraná. Na próxima semana, essas instituições, junto com o Movimento Nacional dos Direitos Humanos, podem estabelecer uma agenda comum para checar as condições das prisões da Capital.
Além do cronograma, as entidades vão cobrar do governo a transferência dos presos com trâmite julgado para as penitenciárias. A intenção é diminuir a superlotação nas cadeias públicas. "A medida é para evitar que se repita a situação de Fazenda Rio Grande, onde presos foram detidos em um contêiner-prisão", afirmou o presidente do movimento, Narciso Pires.
"Também deve sair na próxima semana, laudos da Sanepar e Vigilância sanitária sobre as condições de vida dos presos de Fazenda Rio Grande", acrescentou Pires. Esses exames foram requeridos pelo Ministério Público.
Junto com essas ações, os deputados federais paranaenses Flávio Arns (PSDB) e padre Roque Zimermann (PT) vão denunciar ao Ministério da Justiça, Ministério Público Federal e à Comissão de Direitos Humanos da Câmara a situação em que vivem os presos do contêiner-prisão na delegacia provisória de Fazenda Rio Grande e nas duas jaulas em Almirante Tamandaré, cidades da Região Metropolitana de Curitiba.
Na delegacia improvisada de Almirante Tamandaré, 23 presos dividem o espaço de 18 metros quadrados em duas jaulas de nove metros quadrados que ficam dentro de uma casa pré-fabricada. O espaço é tão pequeno, que para caber todos os presos, alguns ficam pendurados em redes e outros sentados em vasos sanitários.
A Folha procurou o delegado chefe da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro, para se pronunciasse sobre o assunto. A assessoria de Ribeiro indicou o nome do delegado-adjunto Jorge Azôr Pinto, da Divisional da Capital, porém ele não retornou a ligação.