Um dia depois de seu irmão ter sido preso em Santa Catarina, Paulo Pacheco Mandelli, acusado de liderar uma quadrilha especializada em roubo e desmanche de carros no Paraná, teve sua prisão preventiva solicitada pela Central de Inquéritos. O advogado de Mandelli, Osmann Arruda, disse que vai recorrer a medidas legais para tentar anular o pedido, alegando que Mandelli é réu primário e tem residência fixa. Mandelli foi indiciado no relatório final da CPI Nacional de Narcotráfico por suposto envolvimento com crime organizado, roubo de carros e lavagem de dinheiro.
Essa não é a primeira vez que a prisão preventiva de Mandelli é solicitada. No mês passado, o juiz Márcio José Takars, da Central de Inquérito, negou o pedido de prisão feito pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC) do Ministério Público Estadual. O pedido da PIC se baseava em denúncia de formação de quadrilha, sonegação fiscal, receptação qualificada e lavagem de dinheiro e acusava ainda o envolvimento de mais 14 pessoas.
O irmão do empresário, Valdori Pacheco Mandelli, foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Itajaí. Valdori foi citado no relatório final da CPI pelos mesmos crimes do irmão. Ele era dono da loja de autopeças Motoralba, fechada pela polícia, e deverá responder inquérito por receptação e a adulteração de veículos roubados. A Polícia de Itajaí desconfia que o estabelecimento era remanescente dos negócios de Paulo Mandelli,
Segundo relatório da PIC, Mandelli cometia os crimes há pelo menos dez anos, tempo de funcionamento da rede de lojas de autopeças do empresário em Curitiba, Foz do Iguaçu e Itajaí (SC). As investigações começaram em março, com operação conjunta da PIC e Policias Militar e Civil, e resultaram no fechamento das lojas de Mandelli. O delegado-geral da PIC Leonyl Ribeiro foi procurado pela reportagem para repercurtir o assunto, mas disse que ainda não tinha sido informado sobre o pedido de prisão preventiva.
Até o final da tarde de ontem Mandelli ainda não havia sido notificado da decisão.