Paraná

Catadores de lixo deixam informalidade e aumentam renda

13 ago 2013 às 11:06

Os trabalhadores que vivem da coleta seletiva de recicláveis em Curitiba estão progressivamente deixando a informalidade e aumentando a própria renda. Desde janeiro, eles têm apoio do Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC), que a partir de um convênio com a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, passou a gerenciar o programa EcoCidadão. A parceria garante assessoria administrativa e financeira aos catadores e preços melhores pelos resíduos que coletam.

Criado em 2007, o programa EcoCidadão oferece aos catadores espaço adequado para manuseio e comercialização dos recicláveis. Com a assinatura do convênio, hoje o IPCC atua diretamente em 16 parques de recicláveis, fornecendo assessoria jurídica (abertura de conta corrente e CNPJ), alocando técnicos para orientar os associados e realizando o pagamento de despesas de custeio.


"Os parques do projeto funcionam como uma espécie de incubadora. O intuito é dar suporte para que, na formalidade e de maneira associada, os catadores consigam agregar um valor maior ao volume coletado", explica o superintendente do IPCC, Gerson Guelmann. Todo o valor obtido nas transações comerciais que acontecem entre os parques de recicláveis e as empresas que adquirem os resíduos é integralmente dividido entre os catadores associados.


Preço - Desde que assumiu a gestão do EcoCidadão, o IPCC procura garantir que os associados tenham sempre a melhor oferta pelos produtos. "Nossa primeira grande vitória foi agregar um valor maior ao plástico e comprá-lo do barracão Natureza Livre por um preço mais justo", explica o gerente de sustentabilidade do IPCC, Francisco Hardy Filho. O material agora é adquirido pela Unidade de Beneficiamento do PET (Upet), também gerida pelo IPCC, por um valor médio 26% maior que o de mercado. "Isso garantiu, no mês passado, um aumento de renda entre 10% e 15% para cada associado", afirma o técnico Anderson Lopes.


O resultado foi comemorado pelos associados do Natureza Livre: "A venda do material por um preço melhor vai ser bem bom, afinal esse dinheirinho extra vou poder usar para deixar de morar de favor na casa do meu sogro e ter meu próprio canto", diz Cristiane Martins, associada há sete meses.


"Nosso objetivo agora é estender esses contratos para os demais barracões. É importante ressaltar que o nosso compromisso é socioambiental: evitar que os materiais potencialmente recicláveis cheguem aos lixões, mas também garantir uma maior qualidade de vida para quem vive disso", afirma Guelmann.

Logística -
Os resíduos recicláveis chegam aos barracões do EcoCidadão de três maneiras: por meio do programa Lixo que não é Lixo; de empresas parceiras (por contratos firmados entre as associações e as empresas, sem intervenção do IPCC); e de catadores associados ao barracão. Lá chegando, os materiais são separados conforme a tipologia em mesas de trabalho. Normalmente, cada associado fica responsável por um tipo de material.


O volume é acomodado em bags (grandes sacolas de lonas), que são prensadas em uma máquina especial, pesadas e depois estão prontas para serem comercializadas.


Doe Calor

Esta semana, a Fundação de Ação Social (FAS) e o IPCC vão fazer o repasse de roupas e cobertores arrecadados na campanha Doe Calor para associados do EcoCidadão. Os próprios cooperados fizeram uma pesquisa para identificar as necessidades de cada família. Além disso, o IPCC também irá formalizar o repasse de novas bags e outros itens de segurança utilizados durante os trabalhos diários em cada barracão.


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