Tentando receber o abono salarial dos rendimentos do Programa de Integração Social (PIS), na Caixa Econômica Federal, uma catadora de materiais recicláveis, de Maringá, foi informada que não tinha direito ao abono. O motivo: ganhava acima de dois salários mínimos por mês. Por causa da situação estranha, Silvia foi à Previdência Social da cidade e ficou sabendo que tinha sido funcionária registrada na Câmara Municipal de setembro a dezembro de 2008. Neste período, teriam sido feitos a ela quatro pagamentos em torno de R$ 2,5 mil cada um, totalizando cerca de R$ 10 mil.
Nesta quarta-feira (9), Silvia declarou ao promotor de Defesa do Patrimônio Público, José Aparecido da Cruz, que nunca teve qualquer ligação com a Câmara e mostrou que, em sua carteira profissional, não existe nenhuma anotação que indique vínculo empregatício com a Casa. O envolvimento mais próximo que a catadora teve com a política foi em 2008. Ela trabalhou por dois meses na campanha eleitoral do vereador Aparecido Domingos Regini, o Zebrão (PP), recebendo dois pagamentos de R$ 250.
Em entrevista ao jornal "O Diário de Maringá", Silvia disse que não sabe como isso aconteceu, mas que ela está sendo muito prejudicada, pois além de não receber o PIS, ainda ficou devendo o Imposto de Renda. A catadora também lembrou que na época em que trabalhou como cabo eleitoral do vereador, foram solicitados seus documentos pessoais para que fosse registrada e depois os documentos foram devolvidos em branco.
O vereador Zebrão, responsável pelo gabinete onde a catadora teria sido lotada, informou que houve uma confusão, que uma outra funcionária foi registrada com o número do PIS de Silvia. Na semana passada, depois de ter ficado sabendo que havia sido registrada na Câmara, ela entrou em contato com Zebrão, que, segundo ela, foi até sua casa conversar sobre o assunto e teria dito que o Legislativo desfaria o suposto engano. (informações do jornal O Diário de Maringá)