Os vereadores de Curitiba analisam nesta quinta (21) e sexta-feira (22), em duas sessões extraordinárias, o crédito especial no valor de R$ 63,7 milhões, solicitado pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT) para "sanar despesas da gestão anterior que não foram empenhadas no exercício de 2012". A proposta já recebeu parecer positivo da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização na última terça-feira (19).
A peça foi entregue por Fruet na retomada das sessões plenárias, dia 4 de fevereiro, quando ele anunciou R$ 446 milhões em restos a pagar e despesas não empenhadas. "Através da contenção de gastos, estamos trabalhando para evitar que esses valores comprometam o orçamento 2013", disse o prefeito no início do mês.
"Nós somos os primeiros que queremos resolver os graves problemas financeiros e evitar que os serviços da prefeitura sejam interrompidos, o que afetaria os mais humildes. Há um rito do processo legislativo a ser respeitado e eu reitero que estamos cumprindo todos os prazos legais", declarou Salamuni, após anunciar a realização das sessões extraordinárias.
A líder da oposição, Noemia Rocha (PMDB), disse que tem dúvidas sobre a votação dessa matéria em plenário, pois, segundo ela, há divergências entre o ex e o atual prefeito sobre a saúde financeira da prefeitura. "Pergunto aos vereadores se alguém sabe, exatamente, qual é a realidade do caixa do município. Inclusive eu apresentei um pedido formal de informações para saber mais detalhes", explicou a parlamentar. Noemia acrescentou que entende o pedido do crédito, mas afirmou ter a obrigação de fiscalizar e zelar pelo dinheiro público. "Aprovar esse aporte de dinheiro é legítimo, desde que realmente haja esse déficit", concluiu.
Valdemir Soares (PRB) e Chico do Uberaba (PMN) participaram desse debate. "Existe dívida ou não? Quem está com a verdade? Estou encaminhando um convite ao ex-prefeito Luciano Ducci para que ele venha à Casa e esclareça a situação. Não podemos ficar com essa dúvida, não posso sair à rua sem essa resposta à população", disse o vereador do PMN. Zé Maria (PPS) defendeu a aprovação urgente da matéria, pois restaurantes populares e escolas especiais estariam sem dinheiro para manter as suas atividades.