O afundamento do solo no terreno de uma casa voltou a preocupar moradores do Jardim Monte Santo, em Almirante Tamandaré (Região Metropolitana de Curitiba). A prefeitura relocou a família para uma residência na região central da cidade. O imóvel continuará interditado até que não haja mais risco de desabamento.
O buraco, com aproximadamente quatro metros de profundidade e cinco de diâmetro, apareceu no final de semana. Os moradores acreditam que a exploração dos poços do Aquífero Karst, pela Sanepar, seja responsável pelos desmoronamentos de solo e rachaduras nas casas.
O secretário do Trabalho e Assuntos Econômicos de Almirante Tamandaré, Ari Anselmo da Silva, disse que as causas do afundamento ainda estão sendo apuradas. Segundo ele, a prefeitura não tem intenção de tomar qualquer medida contra a Sanepar, "pelo menos até que se descubra os responsáveis."
Além dos buracos, Claudete mostrou rachaduras por toda parede e teto em um dos cômodos da casa. Ela, que mora há 21 anos no bairro, disse que todas as casas da vizinhança têm problemas semelhantes.
O gerente de Hidrogeologia da Sanepar, Arlineu Ribas, disse que o acidente do final de semana não tem qualquer relação com a exploração do Karst. Ribas explica que o aquífero é dividido por cortinas de diabásio (paredes de rocha impermeáveis), formando compartimentos subterrâneos distintos. Ele afirma que a "dolina" (espécie de caverna subterrânea) que se formou na casa de Claudete estaria em compartimento diferente de onde a Sanepar retira água.
O presidente da ONG Força, Ação e Defesa Ambiental (Fada), Luís Carlos Martins de Lima, disse que a entidade está reunindo elementos para entrar com uma ação civil pública exigindo da Sanepar a apresentação do EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto Ambiental) para a exploração do Karst em Almirante Tamandaré.
Leia mais em reportagem de Andréa Lombardo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta terça-feira