O inquérito policial que investiga os responsáveis pelos 165 motores e 29 blocos encontrados enterrados num terreno que pertencia à Mineradora Brascal, de propriedade do então prefeito de Rio Branco do Sul (Região Metropolitana de Curitiba), João Dirceu Nazzari (conhecido na cidade como "João da Brascal"), será desmembrado em quatro outros procedimentos investigatórios.
A decisão foi tomada pelo delegado de Rio Branco do Sul, Mário Sérgio Bradock, logo após ouvir - por mais de duas horas e meia - o empresário Joarez França Costa (o "Caboclinho"), preso desde o ano passado no Centro de Orientação e Triagem (COT) da Penitenciária Provisória de Curitiba. Ele é acusado de ser o mentor intelectual de vários assassinatos e de ser um dos principais responsáveis pelo desmanche de carros roubados no Paraná. "Ele sabe de muita coisa. Até agora não havia falado porque não sabia em quem confiar", disse o delegado, sem querer adiantar o teor do depoimento.
Além de esclarecer o caso dos motores, Bradock acredita que consiga desvendar outros quatro assassinatos ocorridos em Rio Branco do Sul. "Ele deu o caminho e os nomes. Agora é por nossa conta", avaliou. Com base no depoimento, serão pedidas as prisões preventivas de, pelo menos, três pessoas.
Dos 165 motores encontrados na mineradora Brascal, apenas oito não apresentaram irregularidades. Eles foram periciados pelo Instituto de Criminalística do Paraná. O inquérito que apura as irregularidades foi inicialmente conduzido pelo delegado Sebastião Gaspar, que chegou a indiciar os empresários Paulo Pacheco Mandelli (com prisão preventiva decretada, mas foragido) e Caboclinho.