Paraná

Bancários entregam dossiê do HSBC em Brasília

18 jul 2001 às 10:54

A direção do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana apresentou ontem em Brasília a acusação de espionagem contra o Banco HSBC ao procurador da República, Luiz Francisco de Souza. Com isso, os representantes da entidade querem que o Ministério Público Federal investigue denúncias de que a instituição também manteve supostos esquemas de escuta telefônica contra sindicalistas de outros Estados.

Os bancários foram acompanhados pelo advogado Maurício Canto, que defende o ex-sargento da PM Jorge Luiz Martins. Em maio passado, o ex-sargento procurou o sindicato para dizer que trabalhou no setor de inteligência do banco, monitorando por meio de fotografias e escutas telefônicas as mobilizações do sindicato. Ele apresentou relatório que comprovariam seu trabalho. Canto pediu a inclusão de Martins no Programa de Proteção à Testemunhas do Ministério da Justiça.


"Ele é um arquivo vivo, está recebendo ameaças por carta e sendo intimidado por estranhos que ficam circulando na rua de sua casa", disse o advogado do ex-sargento. Martins foi expulso da PM em março deste ano depois de responder a um processo disciplinar por acúmulo de emprego, o que é proibido pela corporação. Em depoimento à CPI da Telefonia, ele afirmou que em 1997 foi o responsável pelo acompanhamento das atividades do sindicato em Curitiba e que toda a cúpula da PM sabia de sua condição no banco, alvo de uma reclamatória trabalhista, que Martins sustenta ter decretado sua expulsão da polícia.


Na conversa que o advogado de Martins manteve com o procurador Luiz Francisco de Souza, foi levantada a tese de expulsar os estrangeiros que tiveram envolvimento direto com o grampo. Maurício Canto disse que o procurador quer ouvir Martins "o mais rápido possível". O advogado disse que não revelaria o dia em que o ex-sargento iria depor. "Isso é por questões de segurança", afirmou.

O presidente do sindicato dos bancários, José Daniel Farias, disse que o caso também será levado ao conhecimento da Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Nosso direito de mobilização sindical foi ferido", disse Farias. "Queremos uma reparação do banco pelos prejuízos cometidos contra os nossos diretores, seus familiares e clientes que também tiveram suas contas investigadas".


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